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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Fusões em energia renovável voltam a crescer
O número de fusões e aquisições no setor de energia renovável voltou a subir, após um
2009 fraco por conta da crise.
No primeiro trimestre, houve um aumento de 145% em volume de negócios, ante o mesmo período de 2009, segundo a
pesquisa anual de fusões e
aquisições no setor, feita anualmente pela KPMG International, que será divulgada hoje.
Em valores, a alta foi de 63%:
US$ 14,3 bilhões de janeiro a
março em relação a US$ 8,8 bilhões do ano anterior.
Apesar do cenário favorável,
o estudo também aponta que o
setor ainda sofre com as condições de crédito globalmente.
O número de investidores
ainda é limitado devido ao encarecimento do capital, segundo Renato Pereira, sócio-diretor de fusões e aquisições da
KPMG no Brasil.
"Apesar da expectativa de
que os financiamentos melhorem, as empresas que conseguem acesso a financiamento
estão encontrando custos bem
maiores do que três anos atrás."
A energia eólica ainda registra número significativo de
transações, enquanto a biomassa desponta como tendência global nos próximos 18 meses. Grandes companhias estimam aquecimento dos negócios na área.
Para o Brasil, a expectativa é
de aquecimento. "O país tem
imensa perspectiva de negócios
tanto em energia eólica quanto
em biomassa, pois são setores
que ainda têm muito que ganhar em tecnologia para explorar o potencial", diz Pereira.
O volume de transações deve
crescer neste ano. "A crise europeia pode acarretar mudanças e recursos para o Brasil."
"Quanto maior a subida, maior será o tombo"
Com a alta das projeções
de expansão do PIB neste
ano que já giram entre 6% e
8%, analistas estão de olho
na conta a ser paga pela política monetária.
"O resultado de um crescimento muito forte neste ano
vem, em grande parte, do erro de "timing" do governo em
não desacelerar, principalmente a política fiscal", afirma Sérgio Vale, da MB Associados. "Quanto maior a subida, maior o tombo."
Os juros deverão alcançar
13% no final deste ano, afirma. "Terão de pisar no freio e
fazer um superavit primário
mais forte em 2011." Ao cenário, ainda soma-se a crise
na Europa. "O ajuste deve se
manter. Não será muito diferente do que foi nos EUA."
O país não sofrerá um
tombo em 2011, mas haverá
restrições no crescimento
via crédito e exportações,
quando ainda não estarão
claras decisões do novo governo, acrescenta Vale.
"Corremos o risco de crescer abaixo de 4% em 2011."
Para o analista, "ajustes
mais fortes devem levar as
empresas a se preparar para
tempos de crescimento mais
fraco. Não é o momento para
excessos de endividamento e
de alavancagem".
DUAS PEÇAS
Não é só em beldades
como Gisele Bündchen
que a Hope investe. A empresa atua em duas frentes: na construção de um
centro logístico em Maranguape, no Ceará, e no
aumento da internacionalização da marca. A nova
unidade, que entrará em
operação em 90 dias, irá
abrigar novas máquinas e
equipamentos para finalizar a produção. A companhia, que já possui quatro
franquias no exterior, irá
inaugurar em julho mais
duas unidades internacionais, em Portugal e Israel.
"Já existem também negociações com investidores de Japão e Angola",
diz Nissim Hara, presidente da Hope. "O "made
in Brazil" já é uma grife lá
fora. Acreditamos no potencial de crescimento
das nossas exportações. O
corte e os modelos brasileiros são muito bem-aceitos no exterior", afirma. A empresa projeta
crescimento de 25% para
este ano.
LADEIRA
No grupo das 20 empresas que tiveram maior perda de
valor de mercado, entre as empresas de capital aberto da
América Latina e dos Estados Unidos, no ano de 2010 até
ontem, havia quatro brasileiras. A liderança ficou com a
Petrobras, com perda de US$ 60,6 bilhões. A queda percentual da estatal brasileira também foi elevada, de 30,4%. Vale, Itaú Unibanco e Santander Brasil também
aparecem no ranking elaborado pela consultoria Economática. A variação do dólar no ano contribuiu para o resultado, segundo a consultoria.
FEIJOADA CARA
Alguns ingredientes da
feijoada estão 16% mais caros do que no início do ano.
O feijão foi o item que apresentou o maior incremento
de preço, de 52,95%, segundo o ICVM (Índice do Custo
de Vida da Classe Média),
elaborado pela Fecomercio
SP com a Ordem dos Economistas do Brasil. O toucinho
defumado e a farofa também
subiram em abril.
CARNE SECA
Por outro lado, os preços
do arroz, da carne seca e da
linguiça recuaram 2%,
0,84% e 0,29%, respectivamente, de acordo com a Fecomercio. O ICVM terminou abril com um incremento de 0,28% em relação a
março. Neste ano, o índice
registrou um impulso de
2,39% e, no acumulado dos
últimos 12 meses, a alta foi
de cerca de 5%.
CORDILHEIRA
A Camargo Corrêa assina
hoje contrato para o início das
obras de um empreendimento de irrigação e geração de
energia elétrica em Piura, no
Peru. A empresa executará a
primeira fase do projeto, orçada em US$ 170 milhões. Está prevista a construção de túnel de 13 km, que levará água
do lado oriental da cordilheira dos Andes para a região desértica no lado ocidental.
FRASCO
O designer Marc Rosen,
especialista em embalagens
cosméticas que já criou para
Fendi, Victoria's Secret e outros, desembarca no Brasil.
No próximo dia 25, ele irá
participar de palestra na Escola Panamericana de Artes
e Design. Rosen vem a convite da Eastman Chemical do
Brasil, fabricante do Glass
Polymer, usado na produção
de frascos.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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