São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Fusões em energia renovável voltam a crescer

O número de fusões e aquisições no setor de energia renovável voltou a subir, após um 2009 fraco por conta da crise.
No primeiro trimestre, houve um aumento de 145% em volume de negócios, ante o mesmo período de 2009, segundo a pesquisa anual de fusões e aquisições no setor, feita anualmente pela KPMG International, que será divulgada hoje.
Em valores, a alta foi de 63%: US$ 14,3 bilhões de janeiro a março em relação a US$ 8,8 bilhões do ano anterior.
Apesar do cenário favorável, o estudo também aponta que o setor ainda sofre com as condições de crédito globalmente.
O número de investidores ainda é limitado devido ao encarecimento do capital, segundo Renato Pereira, sócio-diretor de fusões e aquisições da KPMG no Brasil.
"Apesar da expectativa de que os financiamentos melhorem, as empresas que conseguem acesso a financiamento estão encontrando custos bem maiores do que três anos atrás."
A energia eólica ainda registra número significativo de transações, enquanto a biomassa desponta como tendência global nos próximos 18 meses. Grandes companhias estimam aquecimento dos negócios na área.
Para o Brasil, a expectativa é de aquecimento. "O país tem imensa perspectiva de negócios tanto em energia eólica quanto em biomassa, pois são setores que ainda têm muito que ganhar em tecnologia para explorar o potencial", diz Pereira.
O volume de transações deve crescer neste ano. "A crise europeia pode acarretar mudanças e recursos para o Brasil."

"Quanto maior a subida, maior será o tombo"

Com a alta das projeções de expansão do PIB neste ano que já giram entre 6% e 8%, analistas estão de olho na conta a ser paga pela política monetária.
"O resultado de um crescimento muito forte neste ano vem, em grande parte, do erro de "timing" do governo em não desacelerar, principalmente a política fiscal", afirma Sérgio Vale, da MB Associados. "Quanto maior a subida, maior o tombo."
Os juros deverão alcançar 13% no final deste ano, afirma. "Terão de pisar no freio e fazer um superavit primário mais forte em 2011." Ao cenário, ainda soma-se a crise na Europa. "O ajuste deve se manter. Não será muito diferente do que foi nos EUA."
O país não sofrerá um tombo em 2011, mas haverá restrições no crescimento via crédito e exportações, quando ainda não estarão claras decisões do novo governo, acrescenta Vale.
"Corremos o risco de crescer abaixo de 4% em 2011."
Para o analista, "ajustes mais fortes devem levar as empresas a se preparar para tempos de crescimento mais fraco. Não é o momento para excessos de endividamento e de alavancagem".

DUAS PEÇAS

Não é só em beldades como Gisele Bündchen que a Hope investe. A empresa atua em duas frentes: na construção de um centro logístico em Maranguape, no Ceará, e no aumento da internacionalização da marca. A nova unidade, que entrará em operação em 90 dias, irá abrigar novas máquinas e equipamentos para finalizar a produção. A companhia, que já possui quatro franquias no exterior, irá inaugurar em julho mais duas unidades internacionais, em Portugal e Israel. "Já existem também negociações com investidores de Japão e Angola", diz Nissim Hara, presidente da Hope. "O "made in Brazil" já é uma grife lá fora. Acreditamos no potencial de crescimento das nossas exportações. O corte e os modelos brasileiros são muito bem-aceitos no exterior", afirma. A empresa projeta crescimento de 25% para este ano.

LADEIRA

No grupo das 20 empresas que tiveram maior perda de valor de mercado, entre as empresas de capital aberto da América Latina e dos Estados Unidos, no ano de 2010 até ontem, havia quatro brasileiras. A liderança ficou com a Petrobras, com perda de US$ 60,6 bilhões. A queda percentual da estatal brasileira também foi elevada, de 30,4%. Vale, Itaú Unibanco e Santander Brasil também aparecem no ranking elaborado pela consultoria Economática. A variação do dólar no ano contribuiu para o resultado, segundo a consultoria.

FEIJOADA CARA
Alguns ingredientes da feijoada estão 16% mais caros do que no início do ano. O feijão foi o item que apresentou o maior incremento de preço, de 52,95%, segundo o ICVM (Índice do Custo de Vida da Classe Média), elaborado pela Fecomercio SP com a Ordem dos Economistas do Brasil. O toucinho defumado e a farofa também subiram em abril.

CARNE SECA
Por outro lado, os preços do arroz, da carne seca e da linguiça recuaram 2%, 0,84% e 0,29%, respectivamente, de acordo com a Fecomercio. O ICVM terminou abril com um incremento de 0,28% em relação a março. Neste ano, o índice registrou um impulso de 2,39% e, no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de cerca de 5%.

CORDILHEIRA
A Camargo Corrêa assina hoje contrato para o início das obras de um empreendimento de irrigação e geração de energia elétrica em Piura, no Peru. A empresa executará a primeira fase do projeto, orçada em US$ 170 milhões. Está prevista a construção de túnel de 13 km, que levará água do lado oriental da cordilheira dos Andes para a região desértica no lado ocidental.

FRASCO
O designer Marc Rosen, especialista em embalagens cosméticas que já criou para Fendi, Victoria's Secret e outros, desembarca no Brasil. No próximo dia 25, ele irá participar de palestra na Escola Panamericana de Artes e Design. Rosen vem a convite da Eastman Chemical do Brasil, fabricante do Glass Polymer, usado na produção de frascos.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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