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Alimentos e forte demanda pressionam a inflação
IPCA-15 acumula alta de 3,16% de janeiro a maio
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Importantes alimentos da
cesta de consumo, como feijão,
leite, tomate e batata, sobem
com força desde janeiro na esteira de chuvas mais intensas.
Esses itens são o principal foco de pressão na inflação, que
também se acelera por conta do
aquecimento da economia.
O cenário ficou mais claro
com a divulgação do IPCA-15
(Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), do IBGE.
O índice subiu 0,63% em
maio, maior taxa para o mês
desde o início da série histórica,
em agosto de 2006. Ficou acima das previsões do mercado e
superou também a variação registrada em abril (0,48%).
Com o resultado, o índice
acumulou alta de 3,16% de janeiro a maio, também a maior
da série e acima do 2,10% do
mesmo período de 2009.
O IPCA-15 usa a mesma metodologia do IPCA (que baliza a
meta de inflação do governo),
mas encerra sua coleta mensal
de preços no dia 15 de cada mês.
Para especialistas, os alimentos, que sazonalmente sobem
no começo do ano, tiveram
uma pressão adicional em 2010
por causa do clima.
Mas o ritmo forte da economia também intensificou os repasses de custos e fez os reajustes do grupo alimentação e de
outros itens chegarem mais
fortes ao bolso do consumidor.
"Existem pressões de oferta
sazonais, mas o que preocupa é
o patamar elevado que se sustenta nos últimos meses. Isso
mostra algum reflexo do aquecimento da economia", diz Bernardo Wjuniski, analista da
Tendências Consultoria.
Não há, porém, um "superaquecimento" do consumo nem
"uma inflação descontrolada",
mas o cenário requer cautela,
segundo o economista.
Em maio, reajustes pontuais
de remédios (preço controlado
pelo governo que sobe anualmente) e energia elétrica impulsionaram a inflação. Pesou
ainda o fim da redução do IPI
para carros, que subiram 1,57%.
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