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Espanha reduz previsão de alta do PIB
Quinta economia europeia crescerá só 1,3% em vez de 1,8% por conta de arrocho, segundo ministra
Premiê Zapatero quer aprovar em duas semanas imposto dirigido a quem ganha mais de 1 milhão anual, cobrado já em 2010
DA REDAÇÃO
O governo espanhol revisou
para baixo sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011, de 1,8%
para 1,3%, devido ao impacto
do plano de arrocho fiscal adotado para reduzir o deficit público, disse ontem a ministra da
Economia, Elena Salgado.
Em 2009, a Espanha registrou deficit fiscal de 11,2% do
PIB (quando o ideal é que seja
inferior a 3%), que, aliado à dívida pública de 53,2%, põe as
contas do país em risco.
A ministra espanhola fez esse
anúncio após a adoção, pelo governo, na semana passada, de
medidas de austeridade adicionais para 2010 e 2011 em um total de 15 bilhões (quase R$ 34
bilhões), com o objetivo de reduzir o deficit público do país.
A nova previsão também leva
em conta as medidas de austeridade adotadas por outros países da União Europeia, como
Grécia e Portugal, "que também podem afetar" o crescimento espanhol, disse Salgado.
A nova previsão de crescimento, segundo a ministra, é
"muito conservadora". Mas a
estimativa anterior do governo
era considerada otimista, por
investidores e por alguns organismos internacionais.
Segundo a rádio espanhola
Cadena Ser, o governo do socialista José Luis Rodríguez
Zapatero pretende aprovar, no
máximo em duas semanas, um
novo imposto dirigido a quem
ganha anualmente mais de 1
milhão, taxação que seria aplicada ainda neste ano.
O novo imposto responde às
reivindicações da ala esquerdista do partido do próprio presidente de governo, que, na semana passada, anunciou um
plano com duras medidas de
ajuste fiscal, incluída redução
de 5% nos salários do funcionalismo, o que fez sindicalistas
reclamarem que o pacote representava "uma quebra do
discurso político de Zapatero".
O pacote é composto por nove medidas. Inclui, além do
corte dos salários do funcionalismo, congelamento dos vencimentos em 2011, corte de
15% nos soldos dos membros
do governo, suspensão da revalorização das aposentadorias e
fim da aposentadoria parcial.
Estima-se que o aumento de
tributos e o corte de gastos implique pressão deflacionária e
afete a recuperação espanhola,
que cresceu 0,1% no último trimestre, após oito de retração.
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