São Paulo, sexta-feira, 21 de maio de 2010

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Espanha reduz previsão de alta do PIB

Quinta economia europeia crescerá só 1,3% em vez de 1,8% por conta de arrocho, segundo ministra

Premiê Zapatero quer aprovar em duas semanas imposto dirigido a quem ganha mais de 1 milhão anual, cobrado já em 2010

DA REDAÇÃO

O governo espanhol revisou para baixo sua previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2011, de 1,8% para 1,3%, devido ao impacto do plano de arrocho fiscal adotado para reduzir o deficit público, disse ontem a ministra da Economia, Elena Salgado.
Em 2009, a Espanha registrou deficit fiscal de 11,2% do PIB (quando o ideal é que seja inferior a 3%), que, aliado à dívida pública de 53,2%, põe as contas do país em risco.
A ministra espanhola fez esse anúncio após a adoção, pelo governo, na semana passada, de medidas de austeridade adicionais para 2010 e 2011 em um total de 15 bilhões (quase R$ 34 bilhões), com o objetivo de reduzir o deficit público do país.
A nova previsão também leva em conta as medidas de austeridade adotadas por outros países da União Europeia, como Grécia e Portugal, "que também podem afetar" o crescimento espanhol, disse Salgado.
A nova previsão de crescimento, segundo a ministra, é "muito conservadora". Mas a estimativa anterior do governo era considerada otimista, por investidores e por alguns organismos internacionais.
Segundo a rádio espanhola Cadena Ser, o governo do socialista José Luis Rodríguez Zapatero pretende aprovar, no máximo em duas semanas, um novo imposto dirigido a quem ganha anualmente mais de 1 milhão, taxação que seria aplicada ainda neste ano.
O novo imposto responde às reivindicações da ala esquerdista do partido do próprio presidente de governo, que, na semana passada, anunciou um plano com duras medidas de ajuste fiscal, incluída redução de 5% nos salários do funcionalismo, o que fez sindicalistas reclamarem que o pacote representava "uma quebra do discurso político de Zapatero".
O pacote é composto por nove medidas. Inclui, além do corte dos salários do funcionalismo, congelamento dos vencimentos em 2011, corte de 15% nos soldos dos membros do governo, suspensão da revalorização das aposentadorias e fim da aposentadoria parcial.
Estima-se que o aumento de tributos e o corte de gastos implique pressão deflacionária e afete a recuperação espanhola, que cresceu 0,1% no último trimestre, após oito de retração.


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