São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 2000


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TELECOMUNICAÇÕES
Ministro fará anúncio da frequência escolhida em NY; especialistas dizem que vence opção dos EUA
Anatel anuncia hoje decisão sobre banda C

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A frequência que o Brasil irá utilizar na banda C da telefonia celular será divulgada hoje. Na véspera do anúncio, o ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, viajou para Nova York, onde dará palestras sobre TV a cabo e telefonia celular de banda C e terá encontros com empresários.
A viagem do ministro é um grande indício de que o Brasil decidiu escolher a frequência 1,9 GHz, a mesma utilizada nos EUA, segundo especialistas do setor ouvidos pela Folha.
Na comitiva de Pimenta da Veiga estarão ainda o ministro Pedro Parente (Casa Civil), o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, o presidente do BNDES, Francisco Gros, e o vice-presidente da Anatel, Luís Francisco Perrone.
Em Nova York, a comitiva irá visitar a sede da Lucent, uma das maiores indústrias de equipamentos de telefonia e que fez grande lobby pela definição da faixa dos EUA. Às 16h, o ministro dá entrevista no consulado brasileiro para anunciar a decisão.
O governo brasileiro está dividido entre duas alternativas de frequência: 1,8 GHz (gigahertz) e 1,9 GHz. A primeira significa a opção pela tecnologia européia GSM. A segunda representa o alinhamento com o padrão dos EUA (CDMA e TDMA).
A banda C permite a transmissão de voz e dados e tem uma tecnologia mais moderna do que as bandas A e B. Os leilões devem ocorrer até o final deste ano e o novo sistema deve entrar em operação até meados de 2001.
Na semana passada, o presidente da Anatel, Renato Guerreiro, afirmou que a escolha da frequência 1,9 GHz não exclui os europeus, pois muitas indústrias do continente têm capacidade de produzir equipamentos para essa faixa. Já a escolha de 1,8 GHz excluiria a indústria americana, que não produz equipamentos no padrão GSM.
Ontem, Guerreiro voltou a repetir a afirmação, embora diga que isso não seja uma antecipação da escolha. "Só iremos divulgar a frequência adotada amanhã (hoje)", afirmou ele.
A definição da faixa provocou uma corrida de empresários e autoridades diplomáticas à Anatel e ao Ministério das Comunicações desde o início deste ano.
Os europeus alegam que sua frequência permite um maior avanço tecnológico. Os norte-americanos argumentam que a frequência 1,9 é mais econômica e compatível com os celulares de banda A e B utilizados no Brasil.
A Folha apurou que todos os estudos técnicos da Anatel e do ministério apontam para a adoção da frequência européia. Mas o posicionamento político empurra o Brasil para a frequência dos EUA.


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