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TELECOMUNICAÇÕES
Ministro fará anúncio da frequência escolhida em NY; especialistas dizem que vence opção dos EUA
Anatel anuncia hoje decisão sobre banda C
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A frequência que o Brasil irá
utilizar na banda C da telefonia
celular será divulgada hoje. Na
véspera do anúncio, o ministro
das Comunicações, Pimenta da
Veiga, viajou para Nova York, onde dará palestras sobre TV a cabo
e telefonia celular de banda C e terá encontros com empresários.
A viagem do ministro é um
grande indício de que o Brasil decidiu escolher a frequência 1,9
GHz, a mesma utilizada nos EUA,
segundo especialistas do setor ouvidos pela Folha.
Na comitiva de Pimenta da Veiga estarão ainda o ministro Pedro
Parente (Casa Civil), o presidente
do Banco Central, Armínio Fraga,
o presidente do BNDES, Francisco Gros, e o vice-presidente da
Anatel, Luís Francisco Perrone.
Em Nova York, a comitiva irá
visitar a sede da Lucent, uma das
maiores indústrias de equipamentos de telefonia e que fez
grande lobby pela definição da
faixa dos EUA. Às 16h, o ministro
dá entrevista no consulado brasileiro para anunciar a decisão.
O governo brasileiro está dividido entre duas alternativas de frequência: 1,8 GHz (gigahertz) e 1,9
GHz. A primeira significa a opção
pela tecnologia européia GSM. A
segunda representa o alinhamento com o padrão dos EUA
(CDMA e TDMA).
A banda C permite a transmissão de voz e dados e tem uma tecnologia mais moderna do que as
bandas A e B. Os leilões devem
ocorrer até o final deste ano e o
novo sistema deve entrar em operação até meados de 2001.
Na semana passada, o presidente da Anatel, Renato Guerreiro,
afirmou que a escolha da frequência 1,9 GHz não exclui os europeus, pois muitas indústrias do
continente têm capacidade de
produzir equipamentos para essa
faixa. Já a escolha de 1,8 GHz excluiria a indústria americana, que
não produz equipamentos no padrão GSM.
Ontem, Guerreiro voltou a repetir a afirmação, embora diga
que isso não seja uma antecipação
da escolha. "Só iremos divulgar a
frequência adotada amanhã (hoje)", afirmou ele.
A definição da faixa provocou
uma corrida de empresários e autoridades diplomáticas à Anatel e
ao Ministério das Comunicações
desde o início deste ano.
Os europeus alegam que sua
frequência permite um maior
avanço tecnológico. Os norte-americanos argumentam que a
frequência 1,9 é mais econômica e
compatível com os celulares de
banda A e B utilizados no Brasil.
A Folha apurou que todos os estudos técnicos da Anatel e do ministério apontam para a adoção
da frequência européia. Mas o posicionamento político empurra o
Brasil para a frequência dos EUA.
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