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TRABALHO
Taxa média de janeiro a maio é de 7,9%, a maior desde 1982; no mês passado, índice se manteve em 7,8%
Desemprego em cinco meses é recorde, aponta IBGE
ISABEL CLEMENTE
DA SUCURSAL DO RIO
A taxa de desemprego de maio,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), se
manteve em 7,8%, deixando a
média dos cinco primeiros meses
do ano (7,9%) como a mais alta da
série histórica, iniciada em 82. Os
dados foram divulgados ontem.
As médias de janeiro a maio
também estavam altas no ano
passado e em 98 (7,8%), mas as
explicações são distintas. Naqueles anos, os índices foram pressionados pela queda na ocupação. Só
não foram piores porque o mercado estava tão difícil que havia
gente desistindo de procurar emprego, não contando, portanto,
como força de trabalho.
E a taxa de desemprego mostra
qual a porcentagem da força de
trabalho que tentou se empregar e
não conseguiu.
Desde o início do ano têm havido melhoras no índice de ocupação (de 5%, sobre maio de 99).
Junto cresceu a quantidade de
pessoas que voltaram a procurar
trabalho (em 6,6% sobre maio de
99), inchando a força de trabalho
e a taxa de desemprego.
Esse movimento de entrada de
pessoas no mercado é um comportamento típico de períodos de
aquecimento econômico, "o que
até certo ponto é positivo", comenta o economista Luiz Roberto
de Azevedo Cunha, da PUC do
Rio de Janeiro.
Cai tempo de procura
Outra boa notícia é que caiu o
tempo médio de procura por emprego (de 22,8 para 19,6 semanas,
maio contra maio).
Por outro lado, continua Cunha, uma taxa alta de desemprego
mostra que o mercado de trabalho segue sem dar conta do ingresso de mão-de-obra nova
(grupo formado por recém-formados, aposentados e donas-de-casa em busca de complementação de renda familiar).
O ex-diretor do Banco Central
Carlos Thadeu de Freitas ressalta
que, num primeiro momento, o
mercado absorve mão-de-obra
não-qualificada, mais barata.
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