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México pode virar uma
Argentina, diz ministro
DA REDAÇÃO
O México pode enfrentar um
colapso econômico semelhante
ao argentino, afirmou ontem o
próprio ministro mexicano das
Finanças, Francisco Gil. Segundo
o ministro, o país precisa melhorar suas contas públicas, senão
corre o risco de quebrar.
"Atribuo os problemas da Argentina ao que estamos fazendo
agora, que é financiar uma arrecadação insuficiente com as rendas
obtidas das privatizações", disse
Gil, durante sessão do Congresso
mexicano. "Em algum momento,
não teremos mais nada para vender, e essa hora está chegando. Estamos produzindo um problema
similar ao argentino."
Ao lado do Brasil, o México é a
maior economia da América Latina. A arrecadação tributária do
país equivale a 11% do PIB (Produto Interno Bruto), uma das menores proporções entre os países
da região -no Brasil, a carga dos
impostos é de 34% do PIB.
O governo mexicano tenta
aprovar um aumento de impostos, mas há muita resistência ao
projeto. No ano passado, um pacote de reformas, proposto pelo
presidente Vicente Fox, foi rejeitado pelo Congresso.
A arrecadação tributária deteriorou-se ainda mais com a recessão econômica, que já dura um
ano. A indústria foi duramente
castigada pela retração econômica dos EUA, principal parceiro
comercial dos mexicanos.
Um intenso processo de privatização tem oferecido ao governo
os dólares de que ele necessita para honrar seus compromissos.
Mas a entrada de capitais no México já perde vigor, e a moeda do
país -que, para muitos economistas, estaria sobrevalorizada-
começa a perder valor.
Ontem o peso mexicano continuou a se desvalorizar, devido às
incertezas em relação à recuperação econômica dos EUA e a fragilidades das contas públicas mexicanas. Operadores do mercado
local já falam em sinais de ataque
especulativo.
Ontem, o dólar negociado no
México atingiu 9,80 pesos. Nos últimos dois meses, a desvalorização é de 7,3%. "Os investidores estão se defendendo. Sem reformas,
haverá uma queda no ingresso de
capitais", disse Miguel Gaitán, da
corretora Bursamétrica.
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