São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Após recordes, mercados encerram dia com perdas

Bolsa passa dos 55 mil pontos, mas fecha em baixa de 1,12%

TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro rompeu ontem, pela primeira vez, duas das suas barreiras psicológicas: o dólar ficou pela manhã abaixo de R$ 1,90 e a Bovespa ultrapassou os 55 mil pontos. O otimismo, porém, não se sustentou ao longo do dia e os mercados terminaram em lado radicalmente oposto, com baixa de 1,12% na Bolsa paulista e alta de 1,26% no dólar, que voltou, assim, a R$ 1,930.
O motivo apontado para a completa reversão dos ânimos foi o aumento do rendimento dos títulos do governo dos EUA. Só ontem o juro dos papéis de dez anos oscilou de 5,088% a 5,142% -terminaram a 5,123%, com alta de 0,73%.
O mau humor foi geral, e a Bolsa de Nova York, que chegou a subir quase 0,30% no índice Dow Jones, terminou o dia em baixa de 1,07%. A Nasdaq fechou em baixa de 1,02%.
Nenhum motivo em particular detonou o pessimismo, mas uma série de fatores preocupa o mercado, que trabalha com sucessivos recordes. Foram citados ontem desde a possibilidade de um novo aperto na política monetária na China até um aumento do rendimento dos títulos dos EUA por conta da venda desses papéis pelos bancos centrais asiáticos -com a venda, o preço dos títulos cai e o juro negociado sobe.
Para Daniel Gorayebe, economista da corretora Spinelli, o mercado viveu ontem "realização de lucros" -quando os investidores vendem os ativos para embolsar os ganhos recentes. "Os juros dos treasuries [títulos do Tesouro dos EUA] seguem abaixo de 5,25%, a taxa do Fed [Federal Reserve, o BC dos EUA]. Não há motivo para preocupação. É natural em junho e julho as Bolsas terem um desempenho de lado por conta da queda dos volumes com as férias [nos EUA]", disse.
"O mercado foi piorando ao longo do dia mesmo sem indicadores ruins. É mais uma realização de curto prazo", disse Flavio Serrano, da López León.

Câmbio
O BC informou ontem, após o fechamento do mercado, que retomará hoje seu leilão do chamado "swap cambial reverso", um papel que troca a variação cambial por um juro. A última vez em que o BC vendeu esses papéis foi no dia 1º. Desde que o dólar bateu em R$ 1,900, o mercado de câmbio vinha pedindo esses papéis.


Texto Anterior: Importação: Tarifa maior para produto da China traz alívio momentâneo
Próximo Texto: Ritmo de captação da poupança é menor em maio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.