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Após recordes, mercados encerram dia com perdas
Bolsa passa dos 55 mil pontos, mas fecha em baixa de 1,12%
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro rompeu ontem, pela primeira vez,
duas das suas barreiras psicológicas: o dólar ficou pela manhã
abaixo de R$ 1,90 e a Bovespa
ultrapassou os 55 mil pontos. O
otimismo, porém, não se sustentou ao longo do dia e os mercados terminaram em lado radicalmente oposto, com baixa
de 1,12% na Bolsa paulista e alta
de 1,26% no dólar, que voltou,
assim, a R$ 1,930.
O motivo apontado para a
completa reversão dos ânimos
foi o aumento do rendimento
dos títulos do governo dos
EUA. Só ontem o juro dos papéis de dez anos oscilou de
5,088% a 5,142% -terminaram
a 5,123%, com alta de 0,73%.
O mau humor foi geral, e a
Bolsa de Nova York, que chegou a subir quase 0,30% no índice Dow Jones, terminou o dia
em baixa de 1,07%. A Nasdaq
fechou em baixa de 1,02%.
Nenhum motivo em particular detonou o pessimismo, mas
uma série de fatores preocupa o
mercado, que trabalha com sucessivos recordes. Foram citados ontem desde a possibilidade de um novo aperto na política monetária na China até um
aumento do rendimento dos títulos dos EUA por conta da
venda desses papéis pelos bancos centrais asiáticos -com a
venda, o preço dos títulos cai e o
juro negociado sobe.
Para Daniel Gorayebe, economista da corretora Spinelli, o
mercado viveu ontem "realização de lucros" -quando os investidores vendem os ativos
para embolsar os ganhos recentes. "Os juros dos treasuries [títulos do Tesouro dos EUA] seguem abaixo de 5,25%, a taxa
do Fed [Federal Reserve, o BC
dos EUA]. Não há motivo para
preocupação. É natural em junho e julho as Bolsas terem um
desempenho de lado por conta
da queda dos volumes com as
férias [nos EUA]", disse.
"O mercado foi piorando ao
longo do dia mesmo sem indicadores ruins. É mais uma realização de curto prazo", disse
Flavio Serrano, da López León.
Câmbio
O BC informou ontem, após
o fechamento do mercado, que
retomará hoje seu leilão do
chamado "swap cambial reverso", um papel que troca a variação cambial por um juro. A última vez em que o BC vendeu esses papéis foi no dia 1º. Desde
que o dólar bateu em R$ 1,900,
o mercado de câmbio vinha pedindo esses papéis.
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