São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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Jovens já são maioria na Bovespa

Maior grupo de investidores na Bolsa é o que tem de 21 a 30 anos de idade

Faixa etária que mais cresce é a dos jovens entre 11 e 20; para especialistas, geração que cresceu na estabilidade não tem medo de investir


CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Além de ser o grupo que mais cresce, os jovens brasileiros respondem hoje pelo maior número de investidores na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo). Levantamento feito pela instituição mostra que, em maio, mais de 57 mil investidores individuais tinham entre 21 e 30 anos, enquanto os que têm de 31 a 40 beirou os 52 mil. Já os que têm de 41 a 50 anos ficaram em 45 mil pessoas.
O grupo que registrou maior crescimento, no entanto, foi o de jovens entre 11 e 20 anos de idade. Eles passaram de 18 mil para 43 mil, de janeiro de 2005 a maio de 2007. O mesmo movimento aconteceu com crianças de até dez anos de idade, que foram de 715 para 1.725 no período. Tais números referem-se a investidores ativos, e não à movimentação financeira dessas faixas etárias.
"Essa geração cresceu sem conhecer instabilidade econômica e é consciente da necessidade de poupar", diz William Eid Júnior, coordenador do centro de estudos em finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Além disso, não foram contaminados pela crise de 1971, que criou verdadeiro pavor da Bolsa na classe média."
É o caso de Regiane Ramos Borges, 16, aluna do 2º ano do ensino médio da Escola Estadual Fernão Dias Paes, de São Paulo. Com quatro amigos, Borges foi a vencedora da competição Desafio Bovespa, em 2006, na qual 90 escolas simulavam investimentos, atrás da melhor rentabilidade.
Como prêmio, cada um dos alunos recebeu R$ 5.000 para manter num fundo por um ano. Só após esse prazo, poderá ser feito o resgate. Borges não pensa em mexer em um centavo.
"Não vou tirar para comprar um carro, por exemplo", diz ela. "Carro é um passivo, e jamais renderá como minha aplicação. Não tenho pressa e sei que no longo prazo meu retorno será muito maior."
Para Luis Abdal, diretor de marketing da Bovespa, a tendência reflete o trabalho de popularização da Bolsa, dos últimos cinco anos. Por meio de diversos programas, mais de 1 milhão de pessoas tomou contato e foi educada para investir no mercado de capitais. O "home broker", que permite investimentos de pessoas físicas pela internet, também ajudou. "A globalização ajudou essa meninada a se identificar com o mercado de ações e a não ter medo de investir", diz Abdal.


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