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Jovens já são maioria na Bovespa
Maior grupo de investidores na Bolsa é o que tem de 21 a 30 anos de idade
Faixa etária que mais cresce é a dos jovens entre 11 e 20; para especialistas, geração
que cresceu na estabilidade não tem medo de investir
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Além de ser o grupo que mais
cresce, os jovens brasileiros
respondem hoje pelo maior número de investidores na Bovespa (Bolsa de Valores de São
Paulo). Levantamento feito pela instituição mostra que, em
maio, mais de 57 mil investidores individuais tinham entre 21
e 30 anos, enquanto os que têm
de 31 a 40 beirou os 52 mil. Já
os que têm de 41 a 50 anos ficaram em 45 mil pessoas.
O grupo que registrou maior
crescimento, no entanto, foi o
de jovens entre 11 e 20 anos de
idade. Eles passaram de 18 mil
para 43 mil, de janeiro de 2005
a maio de 2007. O mesmo movimento aconteceu com crianças de até dez anos de idade,
que foram de 715 para 1.725 no
período. Tais números referem-se a investidores ativos, e
não à movimentação financeira
dessas faixas etárias.
"Essa geração cresceu sem
conhecer instabilidade econômica e é consciente da necessidade de poupar", diz William
Eid Júnior, coordenador do
centro de estudos em finanças
da Fundação Getulio Vargas
(FGV). "Além disso, não foram
contaminados pela crise de
1971, que criou verdadeiro pavor da Bolsa na classe média."
É o caso de Regiane Ramos
Borges, 16, aluna do 2º ano do
ensino médio da Escola Estadual Fernão Dias Paes, de São
Paulo. Com quatro amigos,
Borges foi a vencedora da competição Desafio Bovespa, em
2006, na qual 90 escolas simulavam investimentos, atrás da
melhor rentabilidade.
Como prêmio, cada um dos
alunos recebeu R$ 5.000 para
manter num fundo por um ano.
Só após esse prazo, poderá ser
feito o resgate. Borges não pensa em mexer em um centavo.
"Não vou tirar para comprar
um carro, por exemplo", diz ela.
"Carro é um passivo, e jamais
renderá como minha aplicação.
Não tenho pressa e sei que no
longo prazo meu retorno será
muito maior."
Para Luis Abdal, diretor de
marketing da Bovespa, a tendência reflete o trabalho de popularização da Bolsa, dos últimos cinco anos. Por meio de diversos programas, mais de 1 milhão de pessoas tomou contato
e foi educada para investir no
mercado de capitais. O "home
broker", que permite investimentos de pessoas físicas pela
internet, também ajudou. "A
globalização ajudou essa meninada a se identificar com o
mercado de ações e a não ter
medo de investir", diz Abdal.
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