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Eletronuclear estuda erguer usinas nucleares em SP
Outros Estados cogitados são Espírito Santo e MG; 1º projeto será no Nordeste
Central nuclear do Sudeste deve ser construída às margens de um rio como
o Tietê (SP), o Grande (SP e MG) e o Doce (ES)
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva,
afirmou ontem que a estatal cogita construir uma central nuclear em São Paulo. A proposta
faz parte da retomada do programa nuclear brasileiro, que
prevê a construção de quatro a
oito usinas até 2030, divididas
em duas centrais nucleares.
Outras opções são Minas Gerais e Espírito Santo.
O primeiro projeto a sair do
papel deverá ser uma central
nuclear no Nordeste -em Sergipe ou em Alagoas, na região
entre a foz do rio São Francisco
e o rio Xingó. A previsão é que
essa central, que reunirá duas
novas usinas de 1.000 MW cada
uma, entre em operação em
2017. Já a central do Sudeste
estaria pronta até 2030 com
pelo menos duas usinas.
A definição do local das novas centrais leva em conta a
proximidade de rios capazes de
permitir o resfriamento dos
reatores. A água usada para resfriar os reatores volta mais
quente para o local de onde foi
retirada e por isso é necessário
contar com grande volume de
água. Em Angra (RJ), o resfriamento é feito com água do mar.
Segundo Silva, os locais cogitados no Sudeste estão às margens do baixo Tietê, em São
Paulo, entre Ibitinga e Três Irmãos, às margens do rio Grande (São Paulo ou Minas Gerais)
e próximo ao rio Doce, no Espírito Santo. A proposta mais arrojada é a de construção de seis
usinas de 1.000 MW cada.
O processo de escolha no
Nordeste começa no segundo
semestre e deve durar dois
anos. Para o Sudeste, ainda não
há data para o início dos estudos de localização.
Os técnicos da estatal avaliarão aspectos sísmicos e características do solo, além de um
estudo de impacto social. "É
preciso contar com aceitação
local. Vamos fazer ainda uma
coleta de materiais da região,
como vegetais e vísceras de animais, para mostrar como era
antes da construção. Queremos
analisas em laboratórios diferentes e registrar o resultado
em cartório", afirmou. A construção das centrais deve ter
71% de conteúdo nacional.
O setor espera que o projeto
ganhe novo fôlego com a formalização da decisão do governo de construir Angra 3 na reunião do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética),
prevista para segunda-feira.
Segundo Silva, nas últimas
semanas o Banco do Brasil manifestou interesse em financiar
parte do projeto, que deve contar com apoio do BNDES e de
um conjunto de bancos estrangeiros. São previstos R$ 7,2 bilhões para retomar as obras.
A construção de Angra 3,
com capacidade de 1.360 MW,
deve levar seis anos. Desde terça, estão ocorrendo audiências
públicas em municípios como
Angra e Parati, parte do processo de licenciamento ambiental.
A Eletronuclear pretende
ainda investir em formação de
pessoal. A idéia é fechar parcerias com universidades do Rio,
São Paulo e Pernambuco.
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