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BRA assina compra de 20 jatos da Embraer
Negócio, de US$ 730 mi, pode incluir mais 20 aviões; aérea quer vôos para ligar cidades sem conexão direta
RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
A Embraer e a BRA anunciaram ontem, durante o salão aeronáutico de Le Bourget, em
Paris, aquele que as duas empresas esperam ser o primeiro
passo da revitalização da aviação regional no Brasil. A BRA
está comprando 20 jatos Embraer 190 e Embraer 195, com a
opção de comprar mais 20, em
um negócio estimado em US$
730 milhões, mas que pode
chegar a US$ 1,46 bilhão se os
40 forem adquiridos.
Para a Embraer, trata-se de
um trunfo também de propaganda, pois essa é a primeira
vez que uma empresa do Brasil
compra os seus jatos de transporte de passageiros, vendidos
muitas aéreas de outros países.
"Casa de ferreiro, espeto de
pau", disse o diretor-presidente da Embraer, Frederico
Fleury Curado. "Dos nossos
aviões, 98% são exportados."
"Existem 5.000 pares de cidades para serem interligadas,
e 95% delas não têm ligação",
disse o presidente da BRA,
Humberto Folegatti. Ele aposta na necessidade de vôos diretos entre capitais e cidades importantes que hoje são feitos
com escalas em locais como o
aeroporto de Congonhas, em
SP, um "hub" (ponto central)
altamente congestionado.
O E-195 tem capacidade para
118 passageiros, e o E-190 tem
106 assentos. A BRA não sabe
quantos de cada tipo vai precisar, mas seu presidente quer
um dia ter cem aviões desses
modelos ligando partes do país
hoje sem vôos diretos. A primeira aeronave deverá ser recebida em março de 2008. São
aviões com menor capacidade
do que os tradicionais Boeing-737 e que correriam o risco de
viajar com grande número de
assentos vazios nessas rotas.
Como exemplo de rotas que
hoje fariam falta, ele cita pares
de cidades como Curitiba-Belo
Horizonte ou Rio-Belém.
Para especialistas, com o negócio a BRA, hoje com apenas
2,16% de participação de mercado nos vôos domésticos, garante sobrevida.
André Castellini, da Bain &
Company e consultor da TAM,
diz que hoje a BRA possui 3%
da oferta do mercado, o que cairia para 2% em 2010 se sua capacidade continuasse a mesma.
Ele estima que 20 E-195 representariam 5% da oferta total
em 2010. "Para concorrer no
Brasil, tem que ter avião novo,
que tem custo menor."
O jornalista RICARDO BONALUME NETO viajou
a Paris a convite da empresa francesa Thales.
Colaborou MAELI PRADO, da Reportagem Local
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