São Paulo, quinta-feira, 21 de junho de 2007

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BRA assina compra de 20 jatos da Embraer

Negócio, de US$ 730 mi, pode incluir mais 20 aviões; aérea quer vôos para ligar cidades sem conexão direta

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

A Embraer e a BRA anunciaram ontem, durante o salão aeronáutico de Le Bourget, em Paris, aquele que as duas empresas esperam ser o primeiro passo da revitalização da aviação regional no Brasil. A BRA está comprando 20 jatos Embraer 190 e Embraer 195, com a opção de comprar mais 20, em um negócio estimado em US$ 730 milhões, mas que pode chegar a US$ 1,46 bilhão se os 40 forem adquiridos. Para a Embraer, trata-se de um trunfo também de propaganda, pois essa é a primeira vez que uma empresa do Brasil compra os seus jatos de transporte de passageiros, vendidos muitas aéreas de outros países. "Casa de ferreiro, espeto de pau", disse o diretor-presidente da Embraer, Frederico Fleury Curado. "Dos nossos aviões, 98% são exportados." "Existem 5.000 pares de cidades para serem interligadas, e 95% delas não têm ligação", disse o presidente da BRA, Humberto Folegatti. Ele aposta na necessidade de vôos diretos entre capitais e cidades importantes que hoje são feitos com escalas em locais como o aeroporto de Congonhas, em SP, um "hub" (ponto central) altamente congestionado. O E-195 tem capacidade para 118 passageiros, e o E-190 tem 106 assentos. A BRA não sabe quantos de cada tipo vai precisar, mas seu presidente quer um dia ter cem aviões desses modelos ligando partes do país hoje sem vôos diretos. A primeira aeronave deverá ser recebida em março de 2008. São aviões com menor capacidade do que os tradicionais Boeing-737 e que correriam o risco de viajar com grande número de assentos vazios nessas rotas. Como exemplo de rotas que hoje fariam falta, ele cita pares de cidades como Curitiba-Belo Horizonte ou Rio-Belém. Para especialistas, com o negócio a BRA, hoje com apenas 2,16% de participação de mercado nos vôos domésticos, garante sobrevida. André Castellini, da Bain & Company e consultor da TAM, diz que hoje a BRA possui 3% da oferta do mercado, o que cairia para 2% em 2010 se sua capacidade continuasse a mesma. Ele estima que 20 E-195 representariam 5% da oferta total em 2010. "Para concorrer no Brasil, tem que ter avião novo, que tem custo menor."


O jornalista RICARDO BONALUME NETO viajou a Paris a convite da empresa francesa Thales.

Colaborou MAELI PRADO, da Reportagem Local


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