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Codesa é acusada em ação de improbidade
Para MPF no Espírito Santo, empresa favoreceu Suzano em contratos para usar terminais de portos
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
O Ministério Público Federal
(MPF) no Espírito Santo entrou com ação de improbidade
administrativa contra o diretor-presidente da Codesa
(Companhia Docas do Espírito
Santo), Henrique Zimmer.
A ação aponta que a Codesa
-autoridade portuária federal
responsável pelos portos do Estado- favoreceu a Suzano Bahia Sul Papel e Celulose em
contratos para a utilização de
terminais dos portos.
O ex-presidente da companhia, dois diretores da empresa
e a Suzano também são responsabilizados na ação do Ministério Público contra a Codesa.
De acordo com o MPF, a
Companhia Docas do Espírito
Santo prorrogou por duas vezes, em 2002 e 2004, contratos
de arrendamento da Suzano
sem necessária licitação prévia.
A ação do MPF mostra ainda
que um contrato firmado sem
licitação com a empresa em
2000 garantiu à Suzano a exploração privativa de dois armazéns de um cais que poderiam ser utilizados tanto para
movimentação de carga própria como para a movimentação de terceiros.
O Ministério Público Federal
no Espírito Santo alega também que a Codesa cobrou da
empresa tarifas inferiores às de
mercado. Em contrapartida,
diz a Procuradoria, a Suzano teria que investir na área. A Codesa alegou que investimentos
da Suzano deveriam ser abatidos dos valores devidos pela
movimentação de carga.
Para a procuradora Elisandra Olímpio, que assina a ação
do MPF, "houve enriquecimento ilícito da empresa, às
custas do patrimônio público
federal". Se condenados, os diretores da Codesa e a Suzano
terão de ressarcir o erário e pagar multa equivalente a duas
vezes o valor do prejuízo. O
MPF ainda não sabe estimar o
valor do prejuízo.
O complexo portuário que
compreende quatro portos públicos e dois privados é o maior
em movimentação de cargas da
América Latina.
Outro lado
Segundo a Codesa, não há
contrato de arrendamento com
a Suzano, mas um contrato
operacional que não depende
de licitação. Sobre as tarifas, a
companhia informou que o
TCU (Tribunal de Contas da
União) não verificou "mencionada ilegalidade" no processo.
Em nota, a Suzano informou
ainda "desconhecer" a ação.
Disse também que "todas as
suas operações e contratos comerciais são transparentes e
seguem os princípios legais vigentes no país".
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