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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Sindifumo critica Fiesp por não defender setor
A lei antifumo, que entra em
vigor no próximo dia 7 de agosto no Estado de São Paulo, causou desentendimento entre
empresários reunidos no Sindifumo (Sindicato da Indústria
do Fumo do Estado de São Paulo) e a Fiesp, que apoia a lei do
governo José Serra.
O Sindifumo vai divulgar nota hoje para afirmar que a Fiesp
"desrespeita seu próprio estatuto, que prevê a defesa das atividades e interesses de seus filiados", ao lançar uma cartilha
com o Sesi-SP para o empregador se adequar à lei antifumo.
"O Sindifumo é favorável ao
controle e respeitará a lei até o
último limite, porém defende
que a campanha antifumo seja
fundamentada no princípio da
legalidade, na educação do consumidor e na justa tributação",
segundo informa o sindicato.
A divulgação da cartilha estava prevista para hoje e foi remarcada para o final do mês.
"Se as indústrias de fumo têm
de pagar compulsoriamente a
contribuição sindical, dinheiro
que vai para Sesi, Senai e Fiesp,
deveriam, no mínimo, ter os
seus interesses defendidos por
essas instituições", diz José
Henrique Nunes Barreto, presidente do Sindifumo.
Barreto informa que existem
quatro fabricantes de cigarros
em São Paulo. Cibahia, Fenix
Tabacos, Alfredo Fantini e Sudamax. Essas duas últimas não
estão operando porque têm dívidas com a Receita Federal. "O
fato de duas empresas estarem
com a produção paralisada não
pode ser motivo para a Fiesp ignorar o setor e se manifestar
sobre a lei sem discutir com os
fabricantes paulistas."
Segundo ele, o Sindifumo paga mensalmente para a Fiesp
R$ 146 de contribuição associativa, R$ 231,12 por serviços
prestados na área de contabilidade, R$ 2.257,28 de aluguel de
uma sala e R$ 334 de convênio
médico para funcionários do
sindicato e mais R$ 215 por ano
de taxa de filiação à Fiesp.
Segundo a Fiesp, a determinação para os sindicatos filiados é que orientem seus associados para que cumpram a lei.
Antes de entrar em vigor, a lei
antifumo do governo paulista é
motivo de disputa na Justiça.
A Abresi (associação de gastronomia, hospedagem e turismo) e a Fhoresp (federação de
hotéis e restaurantes de São
Paulo) vão recorrer da decisão
do desembargador Roberto Vallim Bellochi, presidente do
Tribunal de Justiça de São Paulo, que suspendeu os efeitos de
decisão contrária à lei dada pelo juiz Valter Alexandre Mena,
da 3ª Vara da Fazenda Pública
do Estado de São Paulo.
MERGULHO MAIS RASO
Nas sete cidades do
ABC paulista, foram encerradas em junho 97 vagas, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados), do Ministério do
Trabalho. Apesar de o número ser negativo, o mercado de trabalho reage e
representa melhora em
relação aos meses anteriores, segundo avaliação
da Subseção do Dieese no
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Em maio, foram fechados 611 postos
de trabalho na região e,
em abril, 2.884.
PIRÂMIDE
Os cortes que a crise provocou nos altos escalões das empresas têm sido supridos por meio da promoção de profissionais de salários mais baixos, de supervisão e média gerência. Estes, por sua vez, precisaram ser substituídos, o que
aqueceu o recrutamento de cargos com salários menores, segundo Gijs van Delft, diretor da Page Personnel, divisão do
grupo Michael Page especializada no recrutamento de profissionais com remuneração de até R$ 5.000. A empresa registrou alta de 50% nas contratações de janeiro a maio. "Os
cortes no nível estratégico, que fica no topo, foram intensos
porque os salários são elevados." A empresa também sentiu
alta nas contratações de temporários e terceirizados.
CONTRA-ATAQUE
O Secovi-SP (sindicato de
habitação) está buscando alternativas com a Caixa Econômica Federal para o financiamento de lotes urbanizados. A iniciativa é uma reação ao veto do vice-presidente José Alencar ao artigo do
programa habitacional Minha Casa, Minha Vida que
possibilitava o financiamento de terrenos.
NA MESA
A primeira reunião entre o
Secovi e a Caixa foi feita na
sexta-feira, em São Paulo. A
próxima será no dia 28, em
Brasília. Segundo o vice-presidente de Desenvolvimento
Urbano do Secovi-SP, Caio
Portugal, a principal proposta em discussão é a abertura
de uma linha de crédito fora
do programa Minha Casa,
Minha Vida para financiar os
investimentos na infraestrutura dos lotes.
ALVOROÇO JURÍDICO
Os escritórios de advocacia especializados em direito
tributário estão em polvorosa desde a semana passada,
quando ocorreu a operação
na loja da empresária Tania
Bulhões. A equipe de advogados que vai defender Tania
ainda não foi revelada.
BARRA
A ArcelorMittal Sabará
concluiu seus investimentos
para expandir a produção de
barras trefiladas de aço, que
somaram R$ 40 milhões
desde 2004. A meta é produzir 180 mil toneladas anuais
de trefilados até 2010.
SOL
A Soletrol, fabricante de
aquecedores solares, registrou 15% de aumento nas
vendas após a criação da chamada "Lei Solar" na cidade
de São Paulo. A lei municipal, que completa um ano
hoje, determina que toda
edificação com mais de três
banheiros utilize sistema de
aquecimento solar de água.
SATÉLITE
O Crea-SP renovou o contrato por mais um ano com a
Engerisc, de segurança eletrônica. A empresa oferece
ao Crea um aplicativo que
monitora as vistorias de seus
140 fiscais no Estado por
meio de uma rede de satélite.
INCLUSÃO
Na próxima sexta-feira,
quando a Lei de Cotas completa 18 anos, será lançada
uma carta em sua defesa,
com o objetivo de incentivar
novas ações de inclusão. O
documento será lançado em
encontro na sede da Secretaria de Estado dos Direitos da
Pessoa com Deficiência. A lei
protege a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, por meio
de reserva de vagas em empresas.
NUCLEAR
Na França, onde quase
80% da eletricidade é produzida em plantas nucleares, as
indústrias pagam cerca de
US$ 56 por MWh. No Brasil,
um percentual semelhante
vem de hidrelétricas, mas o
custo médio é 146% maior
(US$ 138 por MWh).
NUCLEAR 2
Os cálculos são de Ricardo
Lima, presidente-executivo
da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia
e de Consumidores Livres),
que atribui o alto custo aos
tributos que encarecem as
contas de energia brasileira
em 107%.
CALCULADORA
A Brasil Ecodiesel, cujo
processo de reestruturação
administrativa começou há
um ano, acaba de fechar seu
balanço do segundo trimestre com lucro líquido de
R$ 21,7 milhões. No mesmo
período do ano passado, a
empresa teve prejuízo de
R$ 83,9 milhões.
com FÁTIMA FERNANDES, JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e CLÁUDIA ROLLI
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