DA REDAÇÃO

O pãozinho é o destaque da inflação no setor de alimentos, mas a pressão deverá ser menor nas próximas semanas. Nos últimos 30 dias até 15 deste mês, o reajuste foi de 10,73%.
O aumento nos preços do pão se deve à alta do trigo no mercado externo. A maior pressão nos preços externos já passou, mas os estoques reduzidos do produto não eliminam a possibilidade de novos aumentos.
Na Bolsa de Chicago, o trigo teve aumento de 25% nos últimos quatro meses. Na Argentina, o reajuste foi de 42% e, no Brasil, ajudado pelo dólar, o aumento foi de 45%. O Brasil importa pelo menos 80% do trigo que consome, o que gera aumentos internos quando há reajustes no exterior.
Sendo um dos maiores importadores mundiais de trigo, o Brasil também ajudou para essa alta no mercado externo. Os brasileiros tiveram dificuldades em importar trigo da Argentina, o maior exportador para o Brasil, porque os produtores daquele país não queriam trocar o produto pelo desvalorizado peso.
A atitude dos argentinos forçou o Brasil a procurar trigo em outros mercados, gerando nova pressão nos preços.
A alta do trigo no mercado externo se deve à redução dos estoques mundiais do produto. Secas nas principais regiões produtoras, principalmente nos Estados Unidos, reduziram a produção mundial, estimada em 572 milhões de toneladas. (MZ)


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