São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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PREÇOS

Alta na alimentação deverá jogar taxa para 1,1%; antes, previsão era de 1%

Alimentos fazem Fipe rever para cima inflação deste mês

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação deste mês ficará acima das previsões iniciais de 1%. A nova previsão do coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, Heron do Carmo, é de taxa de 1,1%. Já a taxa de setembro, ajudada pela redução no preço do gás, deverá ficar em apenas 0,30%, contra a estimativa anterior de 0,50%.
O economista da Fipe refez as projeções de inflação deste mês porque os alimentos, que vinham pressionando a taxa, não interromperam a tendência de alta como se esperava. Além disso, outros produtos passaram a pressionar o índice, como as carnes bovina e de frango.
Nos últimos 30 dias, a inflação média foi de 0,95% em São Paulo -a maior taxa desde agosto do ano passado. Entre os dez principais itens de pressão, cinco são alimentos.
O comportamento dos alimentos deverá mudar nas próximas semanas, acredita Heron do Carmo. Esses itens já absorveram os aumentos de preços no atacado e até o final do mês vão manter ritmo menor de reajuste.
O pãozinho foi o alimento de maior participação na inflação nos últimos 30 dias (leia texto abaixo). A alta foi de 10,73% e gerou inflação de 0,13%. Outro item de destaque foi o feijão, com reajuste de 12,15% no período.
As tarifas, como sempre ocorre neste período do ano, lideraram as pressões na taxa de inflação. A energia elétrica e o telefone fixo geraram inflação de 0,40% nos últimos 30 dias, 42% do total da taxa de 0,95%.
Dois itens vão segurar a taxa de inflação nas próximas semanas: gás de cozinha e álcool. Se todo o desconto dado para as refinarias chegar ao consumidor, a Fipe prevê queda de 0,10 ponto percentual na taxa de inflação nos próximos 30 dias. O álcool combustível, com queda acumulada de 9,28% nos últimos 30 dias, deverá continuar a ter redução devido ao período de safra.

Mudança no vestuário
Os preços de vestuário caíram 0,27% nos últimos 30 dias. Heron do Carmo diz que o comportamento dos preços no setor teve sensíveis alterações nos anos do Real. As fortes oscilações ocorridas nas mudanças de estações acabaram.
Os lojistas estão interessados em vender mais, com preços menores, do que conseguir preços maiores, mas com vendas menores como antes, diz Heron.
O tradicional período de inflação dos meses de junho a agosto está terminando, e o cenário de setembro é de tranquilidade, segundo Heron do Carmo. As únicas pressões previstas para o próximo mês são os resíduos do aumento das tarifas de água e de alimentos. No setor de alimentação, as altas deverão ficar por conta das carnes, devido à entressafra na oferta de carne bovina.


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