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PREÇOS
Alta na alimentação deverá jogar taxa para 1,1%; antes, previsão era de 1%
Alimentos fazem Fipe rever para cima inflação deste mês
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
A taxa de inflação deste mês ficará acima das previsões iniciais
de 1%. A nova previsão do coordenador do Índice de Preços ao
Consumidor da Fipe, Heron do
Carmo, é de taxa de 1,1%. Já a taxa
de setembro, ajudada pela redução no preço do gás, deverá ficar
em apenas 0,30%, contra a estimativa anterior de 0,50%.
O economista da Fipe refez as
projeções de inflação deste mês
porque os alimentos, que vinham
pressionando a taxa, não interromperam a tendência de alta como se esperava. Além disso, outros produtos passaram a pressionar o índice, como as carnes bovina e de frango.
Nos últimos 30 dias, a inflação
média foi de 0,95% em São Paulo
-a maior taxa desde agosto do
ano passado. Entre os dez principais itens de pressão, cinco são
alimentos.
O comportamento dos alimentos deverá mudar nas próximas
semanas, acredita Heron do Carmo. Esses itens já absorveram os
aumentos de preços no atacado e
até o final do mês vão manter ritmo menor de reajuste.
O pãozinho foi o alimento de
maior participação na inflação
nos últimos 30 dias (leia texto
abaixo). A alta foi de 10,73% e gerou inflação de 0,13%. Outro item
de destaque foi o feijão, com reajuste de 12,15% no período.
As tarifas, como sempre ocorre
neste período do ano, lideraram
as pressões na taxa de inflação. A
energia elétrica e o telefone fixo
geraram inflação de 0,40% nos últimos 30 dias, 42% do total da taxa
de 0,95%.
Dois itens vão segurar a taxa de
inflação nas próximas semanas:
gás de cozinha e álcool. Se todo o
desconto dado para as refinarias
chegar ao consumidor, a Fipe prevê queda de 0,10 ponto percentual
na taxa de inflação nos próximos
30 dias. O álcool combustível,
com queda acumulada de 9,28%
nos últimos 30 dias, deverá continuar a ter redução devido ao período de safra.
Mudança no vestuário
Os preços de vestuário caíram
0,27% nos últimos 30 dias. Heron
do Carmo diz que o comportamento dos preços no setor teve
sensíveis alterações nos anos do
Real. As fortes oscilações ocorridas nas mudanças de estações
acabaram.
Os lojistas estão interessados
em vender mais, com preços menores, do que conseguir preços
maiores, mas com vendas menores como antes, diz Heron.
O tradicional período de inflação dos meses de junho a agosto
está terminando, e o cenário de
setembro é de tranquilidade, segundo Heron do Carmo. As únicas pressões previstas para o próximo mês são os resíduos do aumento das tarifas de água e de alimentos. No setor de alimentação, as altas deverão ficar por conta
das carnes, devido à entressafra na oferta de carne bovina.
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