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EM TRANSE
Ministro e presidente do BC vão a NY pedir crédito para empresas; bancos da Ásia, da Europa e dos EUA foram convidados
Malan e Armínio vão aos bancos na segunda
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco
Central, Armínio Fraga, viajam
aos EUA no próximo final de semana com a missão de convencer
banqueiros estrangeiros a reabrir
linhas de financiamento para as
exportações brasileiras.
A princípio, será uma reunião,
na segunda-feira pela manhã, na
sede do Fed (o banco central americano) de Nova York, na qual estarão representantes dos "bancos
que têm o maior peso nos negócios com o Brasil, seja por sua presença aqui [no país", seja pelo número de linhas que nos oferecem", disse ontem Armínio. Foram convidados banqueiros americanos, europeus e asiáticos.
Diante das incertezas geradas
pelas eleições brasileiras e por fatores externos, como a crise dos
balanços das empresas americanas e o calote argentino, bancos
estrangeiros congelaram ou reduziram as linhas de financiamento
às exportações brasileiras.
Diferente de 1999
Armínio ressaltou, no entanto,
que as conversas não seguirão a
mesma linha dos encontros que
ele teve com banqueiros estrangeiros em 1999, após a crise cambial de janeiro daquele ano.
A equipe econômica quer desta
vez que as instituições "sinalizem
o desejo de manter ou ampliar
seus negócios com o Brasil", que
não se limitem apenas à restauração do crédito comercial.
O presidente do BC negou que a
viagem tenha sido decidida porque o acordo com o FMI não teria
trazido os resultados desejados,
que seriam a queda do dólar e a
reabertura das linhas de financiamento ao comércio exterior.
Disse que o encontro com os
banqueiros já estava acertado antes do fechamento do programa
com o Fundo. Segundo Armínio,
era necessário que, antes das conversas com bancos, houvesse a
confirmação do empréstimo do
FMI e do compromisso dos principais candidatos à Presidência
com as premissas econômicas
previstas no acordo com o Fundo.
Recompra de dívida
O presidente do BC informou
também que a recompra de títulos da dívida externa poderá ultrapassar os US$ 3 bilhões previstos inicialmente. Já foram recomprados US$ 2,5 bilhões.
Armínio disse ainda que a meta
de superávit primário (receita
menos despesa, sem incluir gastos com juros) acertada com o
FMI poderá ser aumentada ou reduzida a partir do ano que vem. A
meta acertada foi de superávit primário "não inferior" a 3,75% do
PIB de 2003 a 2005. Contudo a
meta será reavaliada a cada trimestre do ano que vem. É nessas
revisões, disse Armínio, que a meta poderá ser alterada, tanto para
cima quanto para baixo.
Armínio considerou "excelentes" os encontros que o presidente
Fernando Henrique Cardoso teve
anteontem com os candidatos à
sua sucessão, no Palácio do Planalto, para discutir os termos do
acordo com o Fundo.
"As reuniões, de fato, foram excelentes, confirmando que existe
um entendimento da importância de construir uma base de tranquilidade para que o próximo presidente possa trabalhar e se dedicar a desenvolver o país, sem
se preocupar com esse tipo de turbulência [no mercado financeiro"
que nós enfrentamos hoje", disse.
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