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Fundos rendem mais; saques já são menores
ISABEL CAMPOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O pacote de medidas anunciado
pelo Banco Central na quarta-feira passada com o objetivo de diminuir a oscilação e os resgates
nos fundos já está surtindo efeito.
Os dados divulgados ontem
mostram que, no dia 16, segundo
dia pós-pacote, os resgates dos
fundos diminuíram e a rentabilidade superou a do DI (Depósito
Interbancário, título de referência
da renda fixa).
Segundo levantamento do site
Fortuna, no dia 16 a captação líquida (aplicações menos retiradas) dos fundos DI ficou negativa
em apenas R$ 22 milhões. De junho até o dia 15, a média diária de
saídas de recursos da categoria estava em R$ 363,3 milhões.
Nos fundos de renda fixa, no dia
16 a captação líquida ficou negativa em R$ 249,9 milhões, contra
uma média diária de R$ 463,4 milhões no mesmo período.
O ganho dos fundos também
subiu. A rentabilidade média dos
fundos DI nos dias 15 e 16 foi de
0,19%, contra um retorno de
0,14% no DI nos mesmos dias. O
rendimento médio dos fundos de
renda fixa nesses dias foi de 0,2%.
Na quarta-feira passada, foram
anunciadas duas medidas. Os
gestores não precisam mais contabilizar os títulos em carteira
com prazo de menos de um ano
pelo valor de mercado, como havia sido determinado no final de
maio pelo BC. Isso agora pode ser
feito com base na curva de juros
prometida pelo emissor.
A outra medida é que o BC fará,
periodicamente, leilões de recompra de LFTs (Letras Financeiras
do Tesouro), principal papel que
lastreia a carteira dos fundos.
A maioria dos gestores ouvidos
pela Folha diz que não pretende
deixar de fazer a marcação a mercado e que a melhora na rentabilidade dos fundos e, consequentemente, da captação deve-se, principalmente, aos leilões de recompra de títulos, aos quais o BC deu
início na sexta-feira, dia 16.
"Estávamos num círculo vicioso em que os saques afetavam o
rendimento dos títulos, que, por
sua vez, levavam a mais saques.
Os leilões trouxeram liquidez ao
mercado, cortando esse círculo",
diz Alexandre Póvoa, diretor da
ABN Amro Asset Management.
"Com os leilões, o deságio dos
títulos vem diminuindo e contaminando positivamente o mercado secundário. Desde sexta-feira, o preço dos papéis só tem melhorado", afirma Wilson Risolia, diretor da Caixa Econômica Federal.
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