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Com crise, corte na jornada ganha peso em acordos
MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE
A crise no país fez a redução de jornada de trabalho ganhar peso nas discussões da campanha salarial das quatro maiores categorias de trabalhadores do
Vale do Paraíba, que têm data-base em 1º de novembro.
Para tentar garantir a estabilidade de emprego dos cerca de
53,5 mil trabalhadores, os sindicatos dos metalúrgicos, petroleiros, químicos e do setor de alimentação incluíram na pauta a ser negociada com os
patrões uma redução de cerca de 10% na jornada de trabalho.
Em 2001, os metalúrgicos pediram 20% de reajuste, mas,
depois dos reflexos dos atentados terroristas de 11 de setembro na economia mudial, contentaram-se com 10%.
Novamente, a categoria está
pressionada pelo recrudescimento da crise no país, com a
explosão da taxa de câmbio.
A campanha dos metalúrgicos começou na semana passada, dias antes de a Volkswagen
de Taubaté conceder férias coletivas de 20 dias a 2.000 operários devido à queda nas vendas.
A Embraer, maior empregadora da região, anunciou na semana passada uma queda de
38,47% nos lucros no primeiro
semestre em relação ao mesmo
período de 2001.
Com a redução da jornada, o
Sindicato dos Metalúrgicos de
São José espera aumentar cerca
de 15% o número de trabalhadores da região. A base metalúrgica de São José fechou o
primeiro semestre do ano com
35.534 trabalhadores -694 a
menos do que em 2002.
Além da redução de jornada,
os sindicatos pedem, em média
10% de aumento real aos trabalhadores, além da reposição
das perdas causadas pela inflação nos últimos 12 meses.
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