São Paulo, quarta-feira, 21 de agosto de 2002

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Com crise, corte na jornada ganha peso em acordos

MARIA TERESA MORAES
DA FOLHA VALE

A crise no país fez a redução de jornada de trabalho ganhar peso nas discussões da campanha salarial das quatro maiores categorias de trabalhadores do Vale do Paraíba, que têm data-base em 1º de novembro.
Para tentar garantir a estabilidade de emprego dos cerca de 53,5 mil trabalhadores, os sindicatos dos metalúrgicos, petroleiros, químicos e do setor de alimentação incluíram na pauta a ser negociada com os patrões uma redução de cerca de 10% na jornada de trabalho.
Em 2001, os metalúrgicos pediram 20% de reajuste, mas, depois dos reflexos dos atentados terroristas de 11 de setembro na economia mudial, contentaram-se com 10%.
Novamente, a categoria está pressionada pelo recrudescimento da crise no país, com a explosão da taxa de câmbio.
A campanha dos metalúrgicos começou na semana passada, dias antes de a Volkswagen de Taubaté conceder férias coletivas de 20 dias a 2.000 operários devido à queda nas vendas.
A Embraer, maior empregadora da região, anunciou na semana passada uma queda de 38,47% nos lucros no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2001.
Com a redução da jornada, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José espera aumentar cerca de 15% o número de trabalhadores da região. A base metalúrgica de São José fechou o primeiro semestre do ano com 35.534 trabalhadores -694 a menos do que em 2002.
Além da redução de jornada, os sindicatos pedem, em média 10% de aumento real aos trabalhadores, além da reposição das perdas causadas pela inflação nos últimos 12 meses.


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