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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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Oposição considera queda tímida, e governistas prevêem reativação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Comemorada pelos governistas, a queda na taxa básica de juros para 22% ainda foi considerada "tímida" e "pouco ousada" pela oposição no Senado, que não a considera suficiente para a retomada do crescimento. O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), disse que o BC poderia ter feito uma redução de quatro pontos.
Segundo ele, o aumento inicial dos juros no governo Lula foi desnecessário, porque baseado num diagnóstico equivocado: o de que havia uma inflação de demanda no país, quando havia elevação do dólar por questões políticas.
Para Bornhausen, o aumento nos juros de 25% para 26,5% ao ano entre janeiro e fevereiro levou o país ao início de uma recessão e, na sua opinião, a queda de ontem não tirará o país dessa situação.
"Recessão é como depressão: até achar o remédio demora e até sair dela também demora. O BC poderia ter sido mais ousado."
O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), concordou que a redução da taxa de juros poderia ter sido "menos tímida" e não será suficiente para a retomada do crescimento econômico. Ele esperava queda de três pontos, mas elogiou a decisão do Copom.
"O governo ficou menos tímido, mas ainda está tímido. Ele já tira a moça para dançar, mas não dança com desenvoltura", disse.
O ministro Guido Mantega (Planejamento) disse que o corte vai viabilizar a retomada dos investimentos no segundo semestre. "Não se pode dizer que o BC é conservador, ele fez uma boa redução, foi além das expectativas de mercado", disse.
Para o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), a queda foi "tão impactante que desnorteou a oposição".
Já o presidente do PL, Valdemar Costa Neto (SP), considerou a queda dos juros insuficiente. "Não aplaudi porque o [vice-presidente] José Alencar [PL] achou pouco e eu também acho. O Zé Alencar entende de economia. Temos que ouvi-lo mais."
Alencar, que fez várias críticas públicas à taxa de juros fixada pelo BC no governo Lula, não quis se manifestar sobre a decisão.


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