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ANO DO DRAGÃO
Para a instituição, a expectativa é favorável e pode determinar um ritmo menor no aumento de preços
Fipe já acena para 7% de inflação neste ano
MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO
As expectativas de inflação para
este semestre continuam favoráveis, segundo a Fipe (Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas). Tão favoráveis que a instituição já prevê taxa para este ano
mais próxima de 7% do que dos
7,5% que estava estimando até a
semana passada.
Nos últimos 30 dias até 15 deste
mês, a inflação subiu 0,24%, contra deflação de 0,01% até o dia 7.
Foi a primeira taxa de inflação
após seis semanas seguidas de deflação. Mas essa alta não preocupa, diz Juarez Rizzieri, economista da Fipe.
Esse comportamento do índice
já era previsto e se deve aos aumentos de energia elétrica e de telefone e à recuperação dos produtos hortifrútis, que tiveram forte
queda em julho.
Para os próximos meses, Rizzieri diz que o cenário é bom, o que
gera quadro de otimismo que deverá se refletir nos principais indicadores econômicos em 2004.
Alguns fatores, no entanto, podem não permitir a confirmação
dessa inflação estável: demanda,
dissídios coletivos e dólar. Mas o
economista da Fipe não acredita
na força desses itens.
O dinheiro que os dissídios salariais vão colocar na economia não
preocupa porque as empresas
preferem elevar a quantidade de
produtos no mercado do que repassar preços.
Restam, ainda, os efeitos do
câmbio. O dólar deverá subir para
R$ 3,25 nos próximos meses, mas
as empresas já reajustaram os
preços por uma taxa de R$ 3,50
em março deste ano, acrescenta o
economista. "Nada está cutucando a inflação, e as expectativas são
extremamente favoráveis. Aliás,
nunca estiveram tão favoráveis
no governo Lula como agora."
IGP-10
Depois de dois meses consecutivos em deflação, o IGP-10 (Índice
Geral de Preços), calculado pela
FGV (Fundação Getúlio Vargas),
voltou a subir. O indicador teve
alta de 0,21% entre 11 de julho e 10
de agosto. Nas quatro semanas
imediatamente anteriores, o IGP-10 havia ficado em -0.59%.
Para o coordenador de análises
econômicas da FGV, Salomão
Quadros, o fim da deflação é positivo: "Quando a deflação se perpetua, significa que está havendo
enfraquecimento da demanda e
piora do cenário econômico".
Colaborou a Sucursal do Rio
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