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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Para a instituição, a expectativa é favorável e pode determinar um ritmo menor no aumento de preços

Fipe já acena para 7% de inflação neste ano

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

As expectativas de inflação para este semestre continuam favoráveis, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Tão favoráveis que a instituição já prevê taxa para este ano mais próxima de 7% do que dos 7,5% que estava estimando até a semana passada.
Nos últimos 30 dias até 15 deste mês, a inflação subiu 0,24%, contra deflação de 0,01% até o dia 7. Foi a primeira taxa de inflação após seis semanas seguidas de deflação. Mas essa alta não preocupa, diz Juarez Rizzieri, economista da Fipe.
Esse comportamento do índice já era previsto e se deve aos aumentos de energia elétrica e de telefone e à recuperação dos produtos hortifrútis, que tiveram forte queda em julho.
Para os próximos meses, Rizzieri diz que o cenário é bom, o que gera quadro de otimismo que deverá se refletir nos principais indicadores econômicos em 2004.
Alguns fatores, no entanto, podem não permitir a confirmação dessa inflação estável: demanda, dissídios coletivos e dólar. Mas o economista da Fipe não acredita na força desses itens.
O dinheiro que os dissídios salariais vão colocar na economia não preocupa porque as empresas preferem elevar a quantidade de produtos no mercado do que repassar preços.
Restam, ainda, os efeitos do câmbio. O dólar deverá subir para R$ 3,25 nos próximos meses, mas as empresas já reajustaram os preços por uma taxa de R$ 3,50 em março deste ano, acrescenta o economista. "Nada está cutucando a inflação, e as expectativas são extremamente favoráveis. Aliás, nunca estiveram tão favoráveis no governo Lula como agora."

IGP-10
Depois de dois meses consecutivos em deflação, o IGP-10 (Índice Geral de Preços), calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), voltou a subir. O indicador teve alta de 0,21% entre 11 de julho e 10 de agosto. Nas quatro semanas imediatamente anteriores, o IGP-10 havia ficado em -0.59%.
Para o coordenador de análises econômicas da FGV, Salomão Quadros, o fim da deflação é positivo: "Quando a deflação se perpetua, significa que está havendo enfraquecimento da demanda e piora do cenário econômico".


Colaborou a Sucursal do Rio


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