São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003 |
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES Preocupação com o trigo O setor de trigo esteve reunido ontem na Ocepar, em Curitiba, para discutir uma "maquiagem" que os argentinos vêm fazendo no produto exportado para o Brasil, o que tem causado depreciação nos preços do produto brasileiro. Os governos federal e paranaense estiveram presentes. Redução de taxa Os argentinos pagam 20% de taxa nas exportações do trigo em grão, conforme acordo do Mercosul. Para estimular as exportações de produto industrializado, no entanto, o governo reduziu a alíquota para 5% para o que eles chamam de "pré-mistura". Com isso, a farinha está chegando mais barata ao mercado brasileiro. Nas costas do produtor Para concorrer com o produto argentino, os moinhos brasileiros devem reduzir os preços internos da farinha. Consequentemente, a corda arrebenta na ponta final, que é o produtor, porque vão pagar menos pelo trigo nacional. Pressão Os produtores e cooperativas querem uma decisão firme do governo brasileiro sobre o assunto. Do contrário, a meta de se atingir pelo menos 60% do abastecimento interno com produto nacional, em 2007, estará comprometida. A área plantada aumentou neste ano, mas a redução de preços vai desestimular os produtores. O efeito vaca louca Foi apenas um caso de vaca louca no Canadá, mas os pecuaristas pagaram caro. O fechamento de fronteiras nos EUA e outros importantes importadores elevou o número de animais para 15,7 milhões, 2% mais do que em 2002. Nova recuperação Nos próximos 20 dias, o produtor norte-americano de soja e milho deverá ter nervos de aço. A soja está em fase de floração e em formação de grãos, e o clima quente pode significar quebra de produtividade. Se chover bem por lá, a preocupação desaparece. Brasileiro acompanha Já os brasileiros deverão ter muita atenção no mercado neste momento de fixação de preços da próxima safra. Chuvas por lá significam preços menores. Mas a falta de chuva nas lavouras dos EUA significa preços melhores. É necessário acompanhar atentamente o clima. Não foi suficiente As chuvas não foram suficientes nos Estados Unidos, e os preços da soja e do milho voltaram a subir em Chicago, elevando também os preços no mercado interno. A soja subiu 1,5% por lá e 0,5% por aqui. Já o milho ficou 1,7% e 1,2% mais caro, respectivamente. Preços baixos Mesmo com a quebra de 50% na safra de café deste ano, os preços não estão nos patamares desejados pelos produtores, segundo Reinaldo Caetano, presidente da Associação dos Cafeicultores de Araguari (MG). Ele estima a safra em 25 milhões de sacas. Pode melhorar Mas a quebra de safra, associada a políticas de incentivos do governo e às exportações elevadas, deverá melhorar os preços até o final do ano, acredita Caetano. Quanto à próxima safra de 50 milhões de sacas, ele a considera exagerada. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Ano do dragão: Fipe já acena para 7% de inflação neste ano Próximo Texto: Comércio mundial: Brasil e mais 12 pedem agricultura aberta Índice |
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