LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O conselho de curadores da Fundação Ruben Berta (dona da Varig) afirmou ontem oficialmente que cerca de 2.500 dos 12,5 mil funcionários da companhia aérea podem ser demitidos quando a fusão com a TAM for concluída. A informação foi enviada aos trabalhadores das empresas da fundação, em um comunicado interno.
O conselho, que tem como presidente o executivo Luiz Martins, afirmou no comunicado que as dispensas na Varig, se necessárias, serão efetuadas com critérios de proporcionalidade e competência. Ou seja, o número de funcionários da Varig e da TAM a serem incluídos na nova companhia aérea pode ser proporcional ao tamanho das empresas.
A Varig possui atualmente 95 aviões e 12,5 mil funcionários. A TAM trabalha com 83 aeronaves e 7.100 empregados. A TAM afirmou que não estão previstas dispensas de seus empregados na criação da nova companhia.
Roberto Müller Filho, porta-voz de assuntos de fusão das duas companhias, afirmou que não poderia comentar o número de cortes. "Uma empresa de recursos humanos será contratada para estudar o quadro de pessoal da nova empresa. Até lá, não é possível comentar o assunto."
Segundo um executivo ligado às negociações de fusão, os cortes na Varig e na TAM devem ser bem superiores. Podem chegar a 8.000. A Folha teve acesso em meados do ano a um estudo preliminar dos envolvidos na fusão de que as dispensas poderiam ser de cerca de 5.000.
Tanto o conselho da Fundação Ruben Berta como a TAM afirmaram que já efetuaram redução no número de aeronaves nos últimos meses para se adequar à nova realidade da aviação.
A fundação comemorou ontem a derrubada da 19ª liminar contra o processo de fusão. O juiz Fernando Zandoná, da 4ª Vara Federal de Porto Alegre, revogou anteontem à noite a liminar que impedia a continuidade do processo de fusão.
A liminar havia sido obtida pelo Ministério Público Federal no dia 1º de agosto, a pedido da Apvar (Associação dos Pilotos da Varig).

A favor
No encontro de 15 minutos que teve anteontem com o ministro José Viegas (Defesa), Noemy Amaro, controladora da TAM, afirmou que é a favor da fusão.


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