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São Paulo, quinta-feira, 21 de agosto de 2003

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MEMÓRIA

Empresário fundou em 1956 a maior empresa de organização de feiras da América Latina e, em 1970, o Anhembi

Caio de Alcantara Machado morre aos 77

André Sarmento - 7.mai.2002/Folha Imagem
Alcantara Machado no seu escritório em SP


DA REPORTAGEM LOCAL

Empreendedor do setor de eventos, Caio de Alcantara Machado, morreu ontem aos 77 anos, em São Paulo, depois de sofrer uma parada cardíaca. Ele começou a se sentir mal durante a madrugada e morreu ao dar entrada no hospital Monte Líbano na manhã de ontem.
"Alcantara Machado foi um revolucionário, foi o primeiro a perceber que o Brasil precisava mostrar a cara e expor o que tem de melhor", declarou o ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan. Já a prefeita de São Paulo Marta Suplicy afirmou "morre um dos grandes empreendedores de São Paulo, um homem que sonhou alto, pensou grande e colocou a cidade no centro dos negócios na América Latina, especialmente com sua contribuição para a criação do Parque Anhembi".
Fundador da Alcantara Machado Feiras de Negócios, a maior empresa do setor no país, ele desenvolveu, ao longo de 47 anos, uma trajetória profissional paralela à da indústria nacional (veja texto abaixo com informações sobre eventos como o Salão do Automóvel, a Fenit e a Brasil-Export, entre outros).
"À frente do seu tempo, Caio de Alcantara Machado pode ser considerado um visionário. Criou o Salão do Automóvel nos anos 60, quando as montadoras ainda se instalavam no Brasil", diz trecho de nota oficial divulgada ontem.
Atualmente, o agenda de eventos da Alcantara Machado compreende a realização de mais de 40 feiras internacionais -algumas delas, como a Feicon (Feira Internacional da Construção), estão entre as mais importantes da América Latina.
A área de atuação das feiras organizadas pela empresa é abrangente e se expande desde o setor de cosméticos até a indústria de papel e gráfica, por exemplo. Em um mercado que cresceu 300% na última década, as feiras organizadas pela Alcantara Machado geram negócios de cerca de R$ 37 bilhões de receita por ano e aproximadamente 500 mil empregos diretos e indiretos , segundo dados fornecidos pela empresa.
"O mercado de feiras deve muito ao Caio. As feiras organizadas por ele ajudaram a ampliar o parque industrial brasileiro e divulgaram nossos produtos no exterior. Ele foi um grande inovador e um professor para mim", afirmou Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos).
"Ele sempre foi um visionário que ensinou muito para nós que trabalhamos com feiras de negócios. O legado dele valerá para a vida inteira. Trabalhar com ele era muito prazeroso, ele era uma pessoa carismática e ponderada", Sandra Fiore, diretora do Salão Infanto-Juvenil e Bebê, um das feiras mais recentes organizadas pela Alcantara Machado.
Devido à saúde debilitada, porém, nos últimos cinco anos o empresário vinha se afastando gradualmente da direção dos negócios. "Ele não ia muito ao escritório, mas fazia questão sempre de estar presente ao maior número possível de eventos", diz Rafael Guagliardi, presidente-executivo da Alcantara Machado. Guagliardi assumiu, no começo do ano passado, o cargo, exercido anteriormente por Caio de Alcantara Machado.
O corpo do empresário foi velado durante a madrugada no Salão Nobre da Assembléia Legislativa de São Paulo.
Às 11h de hoje, segue para o Crematório da Vila Alpina, na avenida Francisco Falcone, 437, na zona leste paulistana.


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