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Mercado se concentra em discurso de Bernanke
Ativos tem flutuado com expectativa de juro dos EUA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro global
vai encarar uma semana de
agenda econômica relativamente fraca. De mais relevante
para os investidores internacionais, haverá um discurso do
presidente do Fed (o banco
central dos EUA), Ben Bernanke, na sexta-feira.
Como os vaivéns das expectativas dos investidores em relação ao futuro da política monetária norte-americana têm
mexido com os ativos financeiros (como ações, moedas e títulos de dívida) fortemente desde
maio, o discurso de Ben Bernanke tem tudo para agitar os
mercados.
Na quinta-feira, a divulgação
do número de novos pedidos de
seguro-desemprego nos EUA
será acompanhada de perto pelo mercado. O indicador pode
dar uma idéia de como anda o
aquecimento econômico norte-americano.
Se a maior economia do
mundo estiver aquecida, pode
levar o Fed a voltar a elevar os
juros do país. Isso porque um
cenário desses pode estimular
o crescimento da inflação.
O Fed manteve os juros básicos americanos em 5,25% na
reunião que realizou no começo deste mês.
Na semana passada, foram
conhecidos os índices de inflação ao produtor e ao consumidor norte-americanos -PPI e
CPI na sigla em inglês, respectivamente.
Os dados mostraram inflação
abaixo das projeções dos analistas financeiros, o que foi favorável ao mercado.
A Nasdaq -Bolsa eletrônica
que reúne as ações de empresas
de alta tecnologia- registrou
na semana passada valorização
de 5,15%, seu melhor desempenho semanal em três anos. O
índice Dow Jones, da Bolsa de
Nova York, ganhou 2,64% no
período.
No Brasil, o melhor humor
dos investidores também foi
sentido, com a Bolsa de Valores
de São Paulo computando alta
de 1,64% na última semana.
"Os índices de inflação norte-americana divulgados ficaram
em linha com a expectativa do
mercado, possibilitando uma
boa recuperação da Bovespa",
afirmam os analistas da Link
Corretora. "Mas apesar da melhora do cenário, a volta de fluxo estrangeiro ainda está muito
aquém do esperado. Ao que parece, muitos investidores estão
esperando uma redução da volatilidade para voltar ao mercado local", completa.
Estrangeiros
O saldo mensal dos negócios
realizados pelos investidores
estrangeiros na Bovespa estava
positivo até o dia 10 em R$
216,49 milhões. Mas acabou
por virar nos dias seguintes. Segundo o último dado disponibilizado pela Bolsa paulista, os estrangeiros mais venderam que
compraram ações, até o dia 16,
em R$ 696,04 milhões.
Os estrangeiros começaram
a sair da Bolsa doméstica em
maio, após o Fed elevar os juros
e avisar que o processo de elevação da taxa poderia seguir
ainda por algum tempo.
Como os estrangeiros respondem por cerca de um terço
dos negócios feitos na Bovespa,
o fato desse segmento estar
mais vendendo que comprando
ações acaba por afetar o desempenho do mercado acionário
brasileiro.
Internamente, os investidores estarão atentos à divulgação
do IPCA-15 na quarta-feira. O
índice sinaliza em quanto o IPCA poderá fechar neste mês.
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo) é o índice
utilizado pelo Banco Central
para acompanhar a meta oficial
de inflação.
Se o índice de preços se mostrar bem comportado, amplia
as chances de a Selic, a taxa básica de juros do Brasil, seguir
sendo reduzida. A Selic está em
14,75% anuais.
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