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Exportadoras ainda não vêem estragos com recuo na cotação de matéria-prima
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
As indústrias produtoras de
commodities acompanham
com atenção a alta dos preços
provocada pelo crise dos mercados financeiros internacionais, mas dizem não acreditar
ainda numa freada brusca da
demanda mundial nem cogitam, por enquanto, congelar investimentos.
A Vale do Rio Doce diz que
trabalha com cenários de longo
prazo e não fará nenhuma alteração em seus planos de investimento e de captação de recursos por causa da volatilidade
dos mercados. A companhia
projeta investimentos de US$
6,3 bilhões neste ano.
A cotação do níquel, novo
grande foco de atuação da mineradora com a aquisição da
Inco, caiu 18,5% desde o início
da turbulência, no final de julho, até a última sexta-feira.
Para o diretor da Vale Fabio
Barbosa, o "mundo continua a
crescer" e não ruma "na direção de uma estagnação", embora ele diga acreditar que a crise
terá um "efeito de segunda ordem [indireto]" sobre o consumo e os investimentos por causa do cenário de maior restrição do crédito.
O empresário Eike Batista,
presidente da mineradora
MMX, disse que a queda dos
preços das commodities ocorre
por causa de um movimento de
especulação, sem lastro com a
economia real, cujo crescimento continuará forte. "O mundo
está bombando. Nunca cresceu
dessa maneira. Mesmo se o
crescimento da economia americana se desacelerar para 2%, o
cenário ainda será positivo."
A CSN afirmou que acompanha os desdobramentos da crise, mas não prevê retardar investimentos. Estão previstos
R$ 12 bilhões em duas novas
usinas siderúrgicas e na ampliação da extração de minério
da mina de Casa de Pedra. Desde o início da turbulência, as
placas de aço já se desvalorizaram em 10,9%.
Paulo Camillo Penna, presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), disse
que, se a crise perdurar, pode
afetar a expansão da economia
mundial e rebater nas exportações brasileiras -21% do saldo
comercial está atrelado a produtos minerais (minério de ferro e petróleo especialmente).
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