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Acordo entre Telefônica e Globo vai até 2015
Operadora oferecerá canais da Globosat em TV por satélite
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O diretor-geral da Globosat,
Alberto Pecegueiro, disse que o
contrato firmado entre as Organizações Globo e a Telefônica, divulgado na sexta-feira à
noite, para distribuição dos canais Globosat abre um novo patamar de competição no mercado de TV por assinatura.
A tele firmou contrato por oito anos com as Organizações
Globo para incluir os canais
SporTV, Multishow, GNT e
Globo News, mais o sinal aberto da TV Globo e os canais ""pay
per view", na grade de programação de sua TV paga, via satélite, lançada há dez dias, a Telefônica TV Digital. A Telefônica
obteve neste ano autorização
da Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) para operar TV via satélite.
As partes não divulgaram as
condições financeiras do acordo, sob alegação de sigilo comercial. Foi acertado um valor
mensal por assinante, que será
modificado à medida que a base
de assinantes crescer.
Em relação à retransmissão
da TV Globo, a exigência da família Marinho é que seja exibida a programação da geradora
local. Como a operação de TV
paga da Telefônica tem cobertura nacional, ela terá de oferecer ao assinante de São Paulo o
sinal do canal local da Globo de
São Paulo. Os do Rio verão a
programação da Globo do Rio, e
assim sucessivamente. A mesma exigência existe para a Sky.
O contrato abrange, exclusivamente, as operações de TV
por assinatura que forem controladas acionariamente pela
Telefônica, afirmou à Folha o
diretor-geral de Desenvolvimento de Negócios da Telefônica, Fernando Freitas.
Significa que a TV por assinatura também via satélite Você TV, lançada em 2006, numa
parceria entre a Telefônica e a
empresa paulista DTHI, não
transmitirá os canais da Globo.
A Você TV já tem 140 mil assinantes, 99% dos quais no Estado de São Paulo.
Em relação à parceria existente entre a Telefônica e a
TVA, do Grupo Abril, Freitas
disse que o contrato não prevê
a transmissão dos canais da
Globo na rede de TV a cabo da
TVA. Porém essa possibilidade
existe em relação às operações
de MMDS (TV paga transmitida por radiofreqüência) do
Grupo Abril se a tele vier a assumir o controle acionário dessas operações.
Segundo Pecegueiro, esse foi
o primeiro contrato da Globosat com uma megaoperadora
fora do sistema Net. Por vários
anos, as Organizações Globo só
forneceram os canais Globosat
às afiliadas do sistema Net, do
qual a Globo é acionista controladora.
A política de exclusividade
foi derrubada, oficialmente,
pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica),
em maio de 2006, mas, até agora, só quatro operadoras haviam assinado contrato: três
pequenas e a WayTV (MG).
A determinação foi resultado
de processo de cinco anos movido pela Associação NeoTV,
contra, sobretudo, a exclusividade de canais esportivos.
As três maiores concorrentes
da Globo na radiodifusão -Record, Bandeirantes e SBT- tiveram reações diferentes diante do contrato.
O presidente da Record, Alexandre Raposo, considerou
contraditório o acordo. "O
grande empecilho para as teles
distribuírem TV sempre foi a
Globo. Ela precisa ser cobrada
por essa contradição."
A Bandeirantes disse que vê
o acordo como um entendimento entre multinacionais,
referindo-se à participação do
grupo Telmex no capital da
Net, e queixou-se de que a Net
não distribui canais da Band. O
SBT informou ter recebido
com naturalidade a assinatura
do contrato.
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