São Paulo, terça-feira, 21 de agosto de 2007

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Acordo entre Telefônica e Globo vai até 2015

Operadora oferecerá canais da Globosat em TV por satélite

ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor-geral da Globosat, Alberto Pecegueiro, disse que o contrato firmado entre as Organizações Globo e a Telefônica, divulgado na sexta-feira à noite, para distribuição dos canais Globosat abre um novo patamar de competição no mercado de TV por assinatura.
A tele firmou contrato por oito anos com as Organizações Globo para incluir os canais SporTV, Multishow, GNT e Globo News, mais o sinal aberto da TV Globo e os canais ""pay per view", na grade de programação de sua TV paga, via satélite, lançada há dez dias, a Telefônica TV Digital. A Telefônica obteve neste ano autorização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para operar TV via satélite.
As partes não divulgaram as condições financeiras do acordo, sob alegação de sigilo comercial. Foi acertado um valor mensal por assinante, que será modificado à medida que a base de assinantes crescer.
Em relação à retransmissão da TV Globo, a exigência da família Marinho é que seja exibida a programação da geradora local. Como a operação de TV paga da Telefônica tem cobertura nacional, ela terá de oferecer ao assinante de São Paulo o sinal do canal local da Globo de São Paulo. Os do Rio verão a programação da Globo do Rio, e assim sucessivamente. A mesma exigência existe para a Sky.
O contrato abrange, exclusivamente, as operações de TV por assinatura que forem controladas acionariamente pela Telefônica, afirmou à Folha o diretor-geral de Desenvolvimento de Negócios da Telefônica, Fernando Freitas.
Significa que a TV por assinatura também via satélite Você TV, lançada em 2006, numa parceria entre a Telefônica e a empresa paulista DTHI, não transmitirá os canais da Globo. A Você TV já tem 140 mil assinantes, 99% dos quais no Estado de São Paulo.
Em relação à parceria existente entre a Telefônica e a TVA, do Grupo Abril, Freitas disse que o contrato não prevê a transmissão dos canais da Globo na rede de TV a cabo da TVA. Porém essa possibilidade existe em relação às operações de MMDS (TV paga transmitida por radiofreqüência) do Grupo Abril se a tele vier a assumir o controle acionário dessas operações.
Segundo Pecegueiro, esse foi o primeiro contrato da Globosat com uma megaoperadora fora do sistema Net. Por vários anos, as Organizações Globo só forneceram os canais Globosat às afiliadas do sistema Net, do qual a Globo é acionista controladora.
A política de exclusividade foi derrubada, oficialmente, pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em maio de 2006, mas, até agora, só quatro operadoras haviam assinado contrato: três pequenas e a WayTV (MG).
A determinação foi resultado de processo de cinco anos movido pela Associação NeoTV, contra, sobretudo, a exclusividade de canais esportivos.
As três maiores concorrentes da Globo na radiodifusão -Record, Bandeirantes e SBT- tiveram reações diferentes diante do contrato.
O presidente da Record, Alexandre Raposo, considerou contraditório o acordo. "O grande empecilho para as teles distribuírem TV sempre foi a Globo. Ela precisa ser cobrada por essa contradição."
A Bandeirantes disse que vê o acordo como um entendimento entre multinacionais, referindo-se à participação do grupo Telmex no capital da Net, e queixou-se de que a Net não distribui canais da Band. O SBT informou ter recebido com naturalidade a assinatura do contrato.

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