São Paulo, sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Próximo Texto | Índice

Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Alta do açúcar não salva usinas, diz Unica

Apesar da elevação do preço do açúcar, o setor sucroalcooleiro continua a se queixar de problemas financeiros. O diretor técnico da Unica (associação de usinas), Antonio de Padua Rodrigues, afirma que boa parte dos lucros obtidos com a cultura será usada para pagar dívidas. A falta de caixa e de crédito e os baixos preços do álcool ainda prejudicam as usinas.
"O açúcar vai ajudar as usinas, mas não resolve todos os problemas", afirma Rodrigues.
O motivo é que a maior parte da produção de cana é direcionada para o álcool, produto que acumula quedas nos preços.
A estimativa da Unica é que 43% da produção seja revertida para o açúcar neste ano, mais que os 39% de 2008. Isso proporcionará uma produção de 36 milhões de toneladas de açúcar neste ano - 5 milhões de toneladas mais que em 2008. A qualidade da cana e a capacidade de refino das usinas impedem uma produção maior.
Segundo os cálculos de Rodrigues, hoje o produção de açúcar proporciona uma rentabilidade 65% maior que a de álcool para o mesma quantidade de cana. Para aumentar a capacidade de produção de açúcar, o setor precisaria investir em máquinas. "Mas isso não está acontecendo, porque as usinas não têm crédito aprovado."
Rodrigues vê uma tendência de manutenção do atual nível de preços do açúcar até 2011 -R$ 46,11 a saca, segundo dados de ontem do Cepea. "Há um déficit de açúcar no mundo que nenhum país pode suprir."
Com a perda de parte da produção de cana para o açúcar, a Unica espera uma alta no preço do álcool nos próximos meses.

CONSTRUÇÃO
O escritório de advocacia Linklaters escolheu o Brasil como prioridade nos negócios de infraestrutura e energia. A banca, que tem unidades em 19 países, acaba de transferir para o escritório de São Paulo Chris Willott, um de seus principais especialistas no tema. Na América Latina, Willott assessorou projetos como o da construção do gasoduto do Chile, a privatização do aeroporto internacional da Colômbia e a construção de complexos petroquímicos na Venezuela. O advogado vai atuar ao lado de Eduardo Lima e José Manassero, sócios responsáveis pela área de projetos de infraestrutura e energia do Lefosse, parceiro do Linklaters no Brasil. Willott diz que o país é hoje um dos locais mais promissores em projetos de energia, mineração e petroquímica e que espera a chegada de um grande volume de recursos.

PRÉ-SAL
Muitos executivos consideraram estranho o fato de receberem diretamente da Petrobras o convite para a cerimônia de apresentação da proposta do novo marco regulatório do pré-sal, dia 31, em Brasília. Apesar de ser feito em nome do presidente Lula, o convite está sendo enviado pela Petrobras e a confirmação também deve ser feita à estatal. A Petrobras afirma que, por integrar a comissão interministerial que estuda as novas regras do pré-sal, tem autorização para fazer o convite, assim como os demais participantes. Observadores do setor veem no convite mais um sinal de como a Petrobras acabou dominando as discussões sobre o modelo de exploração do pré-sal.

AMOSTRA
A Casas Bahia inaugura hoje, no shopping União, em Osasco, a primeira loja-conceito da rede em SP. Na nova loja, será possível testar os produtos expostos.

GARFO
O ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) participará do próximo almoço-debate do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), na segunda, em São Paulo.

SUPERPODEROSAS
No ranking da "Forbes" das cem mulheres mais poderosas do mundo, divulgado nesta semana, há uma brasileira nativa, Melanie Healey. Alta executiva da multinacional Procter&Gamble, Healey, que ocupa o 84º lugar, é presidente da divisão de cuidados femininos, que reúne as marcas de absorventes da empresa. No topo da lista está a chanceler alemã, Angela Merkel, seguida por Sheila Bair, diretora da FDIC (órgão garantidor dos depósitos bancários dos EUA). A indiana Indra Nooyi, presidente da Pepsico, ficou em terceiro.

MONTARIA
Paulo Bilyk, da Rio Bravo Investimentos, promove neste fim de semana o Concurso Hípico Polana, em seu haras Polana, instalado em uma fazenda de 80 alqueires, entre as cidades serranas de Campos de Jordão e São Bento do Sapucaí. No evento, que tem presença confirmada de Fabrizio e Denise Fasano, Yara e Roberto Baumgart e outros, Bilyk promoverá um campeonato hípico e um leilão de cavalos que não são vendidos por menos de R$ 45 mil.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


Próximo Texto: Arrecadação do governo cai, e dívida sobe
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.