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São Paulo, domingo, 21 de setembro de 2003

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Crescimento não diminui a pobreza no Brasil

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento econômico no Brasil é menos benéfico para os pobres do que em países nos quais já existe maior igualdade social, segundo o diretor do Banco Mundial no país, Vinod Thomas. Nos últimos anos, o Bird tem falado sobre a importância da "qualidade do crescimento".
Nesse critério, o Brasil é um péssimo exemplo, e o governo autoritário da China tem muito a ensinar ao país. "Um crescimento de 10% na China tem o dobro do efeito na redução da pobreza que o mesmo desempenho no Brasil", disse Thomas à Folha.
A China sempre apareceu bem nos relatórios do Bird. Graças ao país mais populoso do mundo o Bird pôde dizer, na década passada, que a pobreza caía no mundo.
Entre 1990 e 1998, a quantidade de pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia, sem a China, cresceu de 916 milhões para 961 milhões. Com o país, caiu de 1,276 bilhão para 1,175 bilhão.
O Bird sempre disse que o desempenho foi resultado do alto crescimento econômico possibilitado pelas políticas de abertura comercial e de implementação de práticas de livre mercado em alguns setores, como a agricultura.
No novo documento, embora a explicação acima não seja descartada, enfatiza-se o papel das políticas públicas. O documento vai além: afirma que o Estado deve ser sempre o responsável pelo financiamento das políticas sociais e, em boa parte dos casos, ter controle direto sobre os programas sociais. Porém na opinião da economista sênior do Bird, Agnes Soucat, tanto o Brasil como a China são países comprometidos com o desenvolvimento social.


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