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MERCADO ABERTO
Brasileiros ganham espaço na InBev
A ascensão de ex-executivos da AmBev no comando da InBev começa a causar polêmica na Bélgica, onde fica a sede da cervejaria belgo-brasileira. O alvoroço foi provocado pela notícia de que o português radicado no Brasil Miguel Patrício, ex-diretor de marketing da AmBev e há um ano diretor da InBev no Canadá, irá assumir o comando das operações da empresa na Bélgica e em Luxemburgo a partir de 1º de janeiro de 2006.
Além disso, a InBev também anunciou que o colombiano radicado no Brasil Juan Vergara, ex-diretor da AmBev, foi promovido a diretor de Compras da InBev e ainda passou a ser o quinto executivo a fazer parte do comitê executivo da cervejaria belgo-brasileira. O comitê executivo da InBev passa a contar, também a partir de 1º de janeiro de 2006, com cinco brasileiros, três norte-americanos e seis europeus, além de três belgas.
A nomeação dos dois ex-executivos da AmBev mereceu críticas por parte da imprensa belga. O jornal econômico "L'Echo" publicou editorial ontem com o seguinte título: "Os sul-americanos tomam o poder na InBev".
No texto, o "L'Echo" considera emblemático o fato de a direção da InBev ter sido confiada, pela primeira vez, a um não-belga. O anúncio da troca de comando foi feita pela InBev por meio de uma nota interna, na qual comunica a saída de Frédéric Radiguès, nomeado para a posição em janeiro passado, e a sua substituição por Miguel Patrício.
De acordo com o jornal econômico, essa troca caracteriza uma mudança no centro de gravidade nas decisões da InBev da Europa para o continente americano, apesar de o peso dos acionistas belgas e brasileiros permanecer quase equivalente e o conselho de administração ter confirmado recentemente a manutenção de sua sede na Bélgica.
O "L'Echo" afirma, no entanto, que a gestão operacional do grupo torna-se cada vez mais sul-americana, principalmente depois da nomeação de Juan Vergara para o comitê executivo da empresa. As alterações no comando coincidem também com outras mudanças na empresa, como o fechamento de algumas fábricas na Europa.
A InBev é resultado da fusão ocorrida em agosto do ano passado da brasileira AmBev com a belga Interbrew.
CENTRO LATINO
O laboratório farmacêutico Roche acaba de concluir no Brasil um projeto
que torna a operação brasileira em um centro de serviços para todas as unidades da empresa na América Latina. Com investimentos de US$ 21 milhões,
o "Harmony", como foi
batizado pela empresa, irá
unificar atividades como
recursos humanos, financeiro, logística e informática. "Dessa forma, as unidades podem concentrar esforços na atividade final da
empresa, que é o mercado
de remédios", explica
Eduardo Benedetti, diretor
do centro de serviços compartilhados da empresa. A
escolha do Brasil foi feita
em razão da disponibilidade de tecnologia e de mão-de-obra qualificada. A iniciativa, inédita na empresa,
poderá ser aplicada no futuro também nas unidades
de negócios na Europa.
BC À CUBANA
A FGV acaba de voltar de Cuba. O professor Pedro Carbone
treinou durante cinco dias diretores, gerentes e técnicos do
BC cubano em gestão de pessoas por competências.
VISÕES OPOSTAS
Duas posições opostas sobre
aquecimento global estarão no
Espaço Cultural CPFL, em
Campinas, nos dias 26 e 29 deste mês. O economista australiano Warwick Mckibbin dirá
que o Protocolo de Kyoto não
trará benefícios para o Brasil, e
o físico alemão Klauss Heilonth defenderá a substituição
dos combustíveis fósseis.
EFEITO KATRINA
A ajuda às vítimas do furacão
Katrina refletirá nas exportações brasileiras de não-tecidos
e tecidos técnicos, diz a Abint
(associação da indústria de
nãotecidos e tecidos técnicos).
Tais produtos serão usados em
produtos da construção civil.
DE VENTO EM POPA
O risco-país do Brasil caiu de 463 pontos no final de 2003 para 367, um dos melhores índices desde que o indicador começou a ser calculado. O resultado se deve certamente à melhora
dos fundamentos da economia, mas não só a isso. A excepcional liquidez no mundo colaborou bastante para essa queda. O
risco de todos os países emergentes também desabou, em igual
ou maior proporção que o do Brasil. O índice geral de emergentes (sem Argentina) caiu de 311 no final de 2003 para 252. O
do México, de 199 para 133. O da Turquia caiu de 309 para 253.
Até o da Venezuela, de Hugo Chávez, caiu, de 593 para 346.
CAPACITAÇÃO
Após pesquisas com seus
profissionais, a Confenar,
maior rede de distribuição e
logística de bebidas do país,
inicia nova fase na parceria
com o Ibmec São Paulo para a
capacitação dos trabalhadores. Uma primeira turma de
30 alunos que trabalham em
distribuidoras da entidade
completou o primeiro módulo oferecido pela instituição
de ensino. Anteriormente,
dois cursos com status de
MBA já haviam sido realizados, com programa e carga
horária maiores, o primeiro
em 2004. "Nossa meta é a
profissionalização de todo o
processo, da gestão até quem
trabalha nos pátios", afirma
Ataíde Gil Guerreiro, presidente da Confenar.
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