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Estrangeiro não poderá minerar na Venezuela
PETER WILSON E ALEX KENNEDY
DA BLOOMBERG
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou que vai suspender as concessões de mineração a empresas estrangeiras e que
planeja criar uma estatal que explore o ouro e as demais reservas
minerais do país sul-americano.
"Não há mais concessões minerais", declarou Chávez, de acordo
com comunicado do Ministério
das Comunicações e Informação.
"Temos de dar meia-volta."
As ações das mineradoras que
continuam operando na Venezuela despencaram. A Crystallex
International sofreu queda de
48% antes que a negociação de
seus papéis fosse suspensa no pregão. A Gold Reserve teve baixa de
27,3%.
Chávez, cujo país é o quinto
maior exportador mundial de petróleo, está procurando obter
mais controle sobre o setor de mineração, mais ou menos da mesma maneira que ele agiu com relação ao setor petroleiro, declarou
Vitali Meschoulam, analista da
HSBC Securities USA, de Nova
York. Chávez elevou unilateralmente os impostos e os royalties
sobre as empresas petroleiras por
duas vezes, nos últimos 12 meses,
e revisou dezenas de contratos
com produtores estrangeiros.
"A nova medida parece semelhante ao que Chávez vem fazendo com o setor petroleiro, o que
poderia ser resumido como "vocês fazem as coisas como queremos ou não farão coisa nenhuma"
", disse Meschoulam.
Chávez, 51, que está visitando
uma usina hidrelétrica no Estado
de Bolívar, sudeste do país, não
informou se as concessões existentes serão revogadas.
Produção de ouro
A Venezuela é o quinto maior
produtor de ouro da América do
Sul. O país, que produz cerca de
dez toneladas anuais de ouro,
vem procurando ampliar sua indústria mineradora. A Venezuela
dispõe de depósitos exploráveis
de ouro, diamante, minério de
ferro, bauxita e metais não-preciosos.
Uma porta-voz da Associação
Mineradora se recusou a comentar sobre as declarações do presidente. Richard Marshall, porta-voz da Crystallex, sediada em Toronto, que está desenvolvendo o
depósito de ouro de Las Cristinas,
não foi localizado ao telefone, para comentar.
"Não aceitaremos pressões de
ninguém", afirmou Chávez. "As
empresas de qualquer parte do
mundo que não gostarem do que
está acontecendo aqui, que não
pagarem impostos ou não quiserem responder pelos prejuízos
ambientais causados, podem fazer as malas e sair do país."
As ações canadenses da Crystallex caíram em 1,51 dólar canadense, ou 48%, para 1,65 dólar canadense, antes que a operação
fosse suspensa. As ações da empresa nos EUA caíram US$ 1,32,
ou 48,5%, para US$ 1,40. As da
Gold Reserve caíram 27,3%, para
US$ 2,56, enquanto as da Hecla
Mining caíram 8%, para US$ 3,91.
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