São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Decisão dos BC dos EUA de elevar juros decepciona investidor, e Bovespa sofre leve queda de 0,06%

Fed contém euforia e freia avanço da Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do Fed (banco central dos EUA) de elevar mais uma vez a taxa de juros no país, além de sinalizar que outras altas podem vir, abafou o bom momento do mercado doméstico. A Bolsa, que operou com valorização até a última hora do pregão, fechou ontem com recuo de 0,06%.
O dólar também sentiu o momento e registou alta de 0,17%, para os R$ 2,30.
O Fed subiu a taxa de juros dos EUA pela 11ª vez seguida, para 3,75% anuais (leia à pág. B11). Apesar de a decisão ser esperada, o mercado chegou a especular, após o furacão Katrina, que o órgão poderia suspender a trajetória de alta dos juros.
A nota divulgada após a reunião do Fed decepcionou parte do mercado, que esperava que o documento sinalizasse uma interrupção do ciclo de alta do juro básico norte-americano em breve.
A Bolsa de Valores de São Paulo chegou a subir 0,98%. No pregão de segunda-feira, a Bovespa fechou no maior nível de sua história, aos 30.076 pontos. Alguns operadores disseram que a Bovespa buscava algum pretexto para realizar um pouco dos lucros recentemente acumulados. No mês, o Ibovespa (principal índice do mercado local) tem valorização de 7,18%.
As Bolsas norte-americanas também recuaram após a reunião do Federal Reserve.
Os pregões de sexta e de segunda foram marcados por euforia no mercado doméstico, devido à captação de recursos no mercado estrangeiro feita pelo governo com papéis atrelados ao real.
Os novos títulos do governo receberam o "rating" (nota de risco) "BB-" da agência Fitch Ratings. A operação inédita do Tesouro captou o equivalente a US$ 1,5 bilhão por meio de títulos em reais, com vencimento em 2016.
A perspectiva da nota dada pela agência é estável -ou seja, não deve nem subir nem cair tão cedo.
O comunicado apresentado pela Fitch diz que os "ratings soberanos do Brasil refletem o equilíbrio entre as tendências favoráveis das finanças externas do país e o risco de que a crise política possa retardar melhorias na dinâmica da dívida pública e conter o crescimento da economia".
A nota da dívida soberana de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil está em "BB".
O risco-país subiu 0,82% ontem, para 367 pontos.
(FABRICIO VIEIRA)


Texto Anterior: Financiamento imobiliário cai 39%
Próximo Texto: Agronegócio: EUA perdem US$ 2,2 bi com Katrina e seca
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.