|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pacote eleva dívida dos EUA para US$ 11,3 tri
Total previsto para papéis podres será de US$ 700 bi
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O pacote que o governo de
George W. Bush negocia com o
Congresso norte-americano
prevê um aumento do limite de
endividamento público do país
de US$ 10,6 trilhões para US$
11,3 trilhões. Prevê ainda um
total de US$ 700 bilhões a ser
gasto com a compra de papéis
podres de instituições financeiras em dificuldade.
Os detalhes vazaram na manhã de sábado, após o governo
enviar o plano aos congressistas. Espera-se que o projeto entre em discussão já no fim-de-semana. A intenção do governo
é que ele seja votado antes do
recesso eleitoral do Congresso,
previsto para começar na sexta-feira. "Vou trabalhar com o
Congresso para a aprovação rápida de uma lei", disse Bush ontem pela manhã.
O plano dá plenos poderes ao
governo para comprar créditos
ruins de qualquer instituição financeira pelos próximos dois
anos, até o limite de US$ 700
bilhões. O valor é US$ 200 bilhões maior do que esperavam
os políticos. Se aprovado o plano, que não deve evitar uma recessão na economia, será a
maior operação-resgate conjunta realizada nos EUA desde
a Depressão dos anos 30.
Autoriza um salto de igual
valor no limite da dívida do país
para acomodar o gasto extraordinário. O valor da dívida hoje é
de US$ 9,6 trilhões, com o limite de US$ 10,6 trilhões. "O pacote é grande porque o problema é grande", afirmou Bush.
"Vou trabalhar com democratas e republicanos para tirar
nossa economia dessa situação
difícil e colocá-la de volta no caminho do crescimento."
O documento, de duas páginas e meia, foi enviado aos líderes dos comitês financeiros do
Congresso na noite de sexta.
Nele, o Tesouro norte-americano pede que seja autorizado a
comprar papéis relacionados a
hipotecas que tenham sido
emitidos até 18 de setembro de
2008 de toda instituição financeira que tenha sede nos EUA.
Poder ampliado
Segundo o projeto obtido por
agências de notícias, prevê ainda imunidade legal nesses 24
meses ao departamento em relação a processos relacionados
às negociações, o que amplia
sobremaneira os poderes do
Tesouro e de seu titular, Henry
Paulson. Se confirmado, deve
ser um dos pontos mais polêmicos na votação.
Outro ponto é o desejo já expresso por políticos democratas de acrescentar medidas de
ajuda à classe média e ao mutuário inadimplente ao pacote,
o que pode alongar sua votação.
Indagado sobre essa possibilidade no sábado, Bush afirmou:
"Quanto mais limpa [for a medida], melhor".
Texto Anterior: Folha promove ciclo de debates sobre a exploração do pré-sal Próximo Texto: David Blake: Os pecados de Greenspan Índice
|