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Banco vê expansão de 5% sem inflação em 2010
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil pode crescer 5% ou
até mais em 2010, acima da média internacional, sem qualquer pressão inflacionária.
Essa é a previsão da área de
pesquisa econômica do BNDES
(Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Segundo Ernani Torres Filho, superintendente da área de
pesquisa do BNDES, o país
crescerá de 2,5% a 2,9% somente pelo "carry-over" (efeito
estatístico do crescimento de
um ano para o outro).
O PIB superaria 5% justamente com a soma desse efeito
estatístico ao consumo maior, à
recuperação dos investimentos
e ao aumento da produção industrial, cenários dados como
certo pelo BNDES.
O banco trabalha com um cenário de recuperação em que o
mundo não terá uma recaída financeira. Ou seja, tomando letras como linhas de um gráfico,
a crise não terá o formato da letra W (de longa duração, com
uma nova fase de turbulência).
"Para o cenário internacional, estamos trabalhando com
um cenário de recuperação lenta, mas sem sobressaltos", disse
Torres Filho. "Já a recuperação
no Brasil será mais vigorosa."
Apesar disso, o BNDES disse
ter detectado ainda um temor
de empresas brasileiras de uma
segunda fase de retração da
economia mundial.
Torres Filho não vê essa possibilidade, assim como não prevê pressões inflacionárias significativas no horizonte, apesar
do fortalecimento do real em
relação ao dólar. Segundo ele,
há até espaço para uma nova
redução da taxa Selic, que regula os juros básicos do governo.
Um nível abaixo
Segundo o BNDES, apesar da
recuperação notável da economia, o Brasil dificilmente voltará a crescer no mesmo ritmo
frenético pré-crise.
Nos meses antecedentes à falência do Lehman Brothers, o
Brasil estava crescendo a uma
taxa anualizada superior a 6%,
atravessando o mais longo ciclo
de crescimento contínuo desde
os anos 1970 -cerca de 12 trimestres consecutivos.
"A violência da crise internacional cobrará um preço elevado em termos de redução estrutural da taxa de crescimento da
economia mundial", disse ele.
"Mesmo a China, que liderou
esse desempenho, também
atravessará um período de menor crescimento."
(MA)
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