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Consultoria gera conflito de interesse, diz controladoria
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para a CGU (Controladoria
Geral da União), a Anatel deveria usar servidores de seu próprio quadro para fazer os estudos que foram passados à consultoria Guerreiro Teleconsult.
A análise feita pelo órgão de
controle interno aponta para
possível conflito de interesses,
uma vez que não só a empresa
de Guerreiro, mas todas as demais que participaram da licitação, tem em sua clientela empresas que podem ser afetadas
com as decisões da agência, tomadas a partir do estudo.
Duas das empresas que apresentaram propostas tinham relação societárias com empresas
afetadas pelas regras elaboradas pela Anatel.
"Potencial conflito"
"Tendo em vista o relacionamento de consultorias, seja por
relação societária, seja por relação de prestação de serviços,
com empresas de telecomunicações e associações do setor,
constata-se potencial conflito
de interesses, visto que o objeto
da consultoria presta-se ao
provimento de subsídios à tomada de decisão por parte do
órgão regulador, já que às empresas de telecomunicações, alcançadas com tais decisões, serão imputadas obrigações novas", avaliaram os técnicos da
CGU.
O relatório da controladoria
prossegue na crítica à contratação de consultorias:
"Os atos praticados pela
agência, na direção da contratação da referida consultoria,
quanto à formação dos preços
de referência e contratação
propriamente dita, apresentam
inconsistências que restam
agravadas ao se verificar o risco
de conflito de interesse".
A Guerreiro Teleconsult, à
época da sua contratação, prestava serviços para as empresas
de telefonia Telemar, Brasil Telecom e Embratel.
Na avaliação do órgão de controle interno, o risco de conflito
de interesse era passível de ser
resolvido, pelo menos em parte, uma vez que "parte considerável do objeto da contratação
poderia ter sido executada por
servidores do próprio quadro
da agência".
Mais consultorias
A CGU apontou ainda que, de
acordo com a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2007,
a contratação de consultorias
somente pode ser feita para
"execução de atividades que
comprovadamente não possam
ser desempenhadas por servidores ou empregados da administração federal".
A contratação de consultorias não é característica exclusiva da Anatel. Entre janeiro e
julho deste ano, o governo federal gastou R$ 33,4 milhões nesse tipo de serviço. O valor é 26%
maior do que o do mesmo período do ano passado.
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