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Diretor da Gessy diz que serão lançados nomes mundiais no Brasil
Marca pesa mais que a metade
do negócio, avalia especialista
FÁTIMA FERNANDES
da Reportagem Local
Mais da metade dos US$ 930
milhões que a Unilever vai pagar
para a Philip Morris pela compra da Kibon se refere à aquisição da marca, que é originariamente brasileira.
"Uma marca pode valer US$
500 milhões, como é o caso da
Kibon, ou até mais. E a melhor
maneira de avaliá-la é identificar
o potencial de receita que ela pode gerar na sua categoria", diz
Francisco Madia de Souza, diretor-presidente da Madia Associados, que avalia marcas.
No caso da Kibon, diz ele, é
muito fácil identificar o peso da
marca. "Se um dos picolés mais
famosos da empresa fosse comercializado sem a embalagem
da Kibon, "certamente a venda
do sorvete cairia no mínimo pela metade."
A Gessy Lever informa que o
grupo tem marcas mundiais importantes que poderão vir ao
país -como Wall's, Algida, Eldorado, Cornetto e Magnun-,
mas a Kibon continuará sendo o
carro-chefe.
Não é para menos. A Kibon é
líder no mercado de sorvetes
-de 102,02 milhões de litros
(US$ 757 milhões) no ano passado, segundo a Nielsen-, com
cerca de 60%. Em segundo lugar
vem a Yopa (Nestlé), com
17,4%. As outras marcas detêm
o restante (22,6%). A Yopa, procurada pela Folha, não quis comentar o negócio.
Ronald Rodrigues, diretor de
assuntos corporativos da Gessy,
diz que o fato de o grupo ser um
gigante mundial no mercado de
sorvetes -venda de US$ 6 bilhões por ano- vai possibilitar
o lançamento de vários produtos no Brasil. "Esse é um mercado que depende muito de inovações e tem um grande potencial
de crescimento."
O consumo anual per capita de
sorvetes no Brasil, segundo a Kibon, é de 1,6 litro. Na Argentina,
de 2,9 litros, e nos EUA, de 26.
Rodrigues diz que a Gessy ainda não determinou o valor dos
investimentos para a Kibon.
"Mas é certo que vamos transformar a empresa num centro
internacional de inovação."
A Kibon tem duas fábricas de
sorvetes, uma em São Paulo e
outra no Rio. Emprega 2.300
pessoas. No ano fiscal encerrado
em outubro de 1996, a venda líquida registrada pela Kibon foi
de US$ 332 milhões.
Chocolates e balas
A Philip Morris informa que
vai concentrar os investimentos
no país na Lacta (chocolates), na
Suchard (bebidas em pó) e na
divisão de cigarros.
"A linha de sorvetes não fazia
parte da nossa estratégia de negócio", diz Gilberto Galan, diretor de assuntos corporativos.
Segundo ele, o dinheiro pago
pela Unilever à Philip Morris
com a compra da Kibon "não
ficará necessariamente no país".
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