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MERCADO FINANCEIRO
Para analistas, Selic deve ficar em 21%, sem viés; vencimento de opções, hoje, não anima a Bolsa
Reunião do Copom não deve mexer no juro
MARIA CRISTINA FRIAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O volume de negócios na Bovespa (Bolsa de Valores de São paulo) hoje, dia de vencimento de
contratos de opções, deve ser inferior ao de outros vencimentos, segundo operadores.
Na agenda da última semana
anterior às eleições destacam-se,
ainda, o final da campanha, mais
um vencimento da dívida pública
atrelada ao dólar -que pode
pressionar o câmbio-, a reunião
do Copom e novos resultados de
empresas norte-americanas.
A fraca expectativa de operadores em relação aos vencimentos
de hoje vai na contramão do que
costumava acontecer.
A disputa travada entre "vendidos" (que apostam na queda das
cotações) e "comprados" (que
acreditam na valorização de
ações) impulsionava muito os negócios em dias de vencimento.
"Os volumes negociados têm sido muito baixos em relação ao
que já foram", diz um operador
que não quis se identificar.
No último dia de vencimento de
opções, em agosto passado, dos
R$ 845 milhões que o pregão girou, apenas R$ 318 milhões foram
de exercícios. A média diária no
último mês foi de aproximadamente R$ 400 milhões.
Na manhã de sexta-feira, operadores imaginaram que poderia
haver hoje um "short squeezing"
[pequeno aperto" de comprados
sobre vendidos, devido ao grande
volume de apostas na queda de
ações, principalmente de Telemar. Esses vendidos estavam a
descoberto (não tinham o ativo
para entregar).
Cerca de 5 bilhões de opções
amanheceram na sexta-feira vendidos a descoberto, apenas em
opções de Telemar a R$ 22, o valor mais próximo do que seria o
de fechamento, R$ 21,89. Durante
o dia, porém, foram negociados
19,2 bilhões de opções.
"Boa parte desse montante deve
ter sido cobertura de posições
vendidas", afirma um operador.
"O "squeezing" já ocorreu, embora com volumes reduzidos",
diz Sylvio Rocha, do HSBC.
Pesquisas
Embora executivos do mercado
afirmem que a possível vitória do
candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "já esteja no preço dos ativos", há quem diga que a ampliação da vantagem do candidato
petista, apontada pela pesquisa
Datafolha publicada ontem, poderá se refletir nos mercados.
"Pode haver uma reação negativa. Na avaliação de investidores,
se vencer, quanto maior a diferença de votos, mais prepotente o PT
seria", afirma Jorge Simino, do
Unibanco Asset Management.
"O mercado precificou o Lula,
mas não a sua equipe", diz Rocha.
Copom
A expectativa de analistas ouvidos pela Folha é que o Copom
(Comitê de Política Monetária)
mantenha a taxa de juros básicos
da economia, sem viés. A Selic foi
elevada para 21%, há sete dias.
Fundos de pensão
Em meio à surpreendente valorização de 6,34% da Bolsa na
quinta-feira passada, operadores
estranharam o movimento de
fundos de pensão. Ultimamente
ariscos a ações, eles voltaram ao
mercado, ainda que tímidos e
com horizonte de curto prazo.
EUA
Cerca de 40% dos resultados de
empresas norte-americanas no
terceiro trimestre já foram divulgados. Desse total, aproximadamente 65% vieram melhores do
que o esperado. Há, porém, grande dispersão nesses dados. Alguns deles saíram piores do que
as previsões. Empresas importantes ainda não informaram seus lucros, mas isso parece não preocupar o mercado. Em uma semana e
meia, o Dow Jones subiu 14%.
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