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Abertura de agências deve atrasar uma hora
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a Justiça do Trabalho
julga a greve dos bancários em
Brasília, os trabalhadores fazem
hoje um dia de protestos e paralisações no país. A decisão foi aprovada em assembléia pelos bancários de São Paulo e deveria ser votada ainda ontem em assembléias
em várias capitais do país.
As agências devem abrir hoje
com uma hora de atraso -às 11h.
Haverá protestos na Caixa Econômica Federal da avenida Paulista e
no Banco do Brasil do centro.
Em campanha salarial, os bancários pedem reajuste de 19% e
abono de R$ 1.500. A proposta
inicial previa 25% de reajuste e foi
alterada na tentativa de buscar
um fim para a greve, suspensa na
semana passada.
A Fenaban (Federação Nacional
dos Bancos) ofereceu reajuste de
8,5% a 12,77%, dependendo da
faixa salarial. A proposta foi rejeitada no dia 14 de setembro, quando a greve foi decretada.
"Infelizmente não chegamos a
uma solução. O julgamento é
amanhã [hoje] e ninguém quer
arriscar. O que vai acontecer é que
vamos ter de juntar os cacos, depois da decisão da Justiça, porque
um julgamento sempre causa
perdas dos dois lados", diz Magnus Apostólico, coordenador de
negociações trabalhistas da Fenaban. Na sua avaliação, se a reforma sindical já tivesse ocorrido,
um acordo salarial teria sido feito
entre empregados e empregadores. "As negociações teriam ocorrido em conjunto entre os bancários ligados à CNB-CUT e os ligados à Contec e não de forma separada como foi. Não teriam recorrido à Justiça. Haveria um esforço
maior para negociar."
O secretário de Relações do Trabalho, Osvaldo Bargas, tem a
mesma opinião. "Pelas novas regras, haveria prazo de 90 dias,
após o fim do acordo coletivo dos
bancários para que as partes negociassem. E esse prazo poderia
ser renovado por mais 90 dias."
"Hoje os patrões ainda resistem
em negociar. Esperamos que no
julgamento a Justiça leve isso em
conta", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Luiz Claudio Marcolino. "A reforma garante aos trabalhadores o
direito de negociar."
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