São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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Abertura de agências deve atrasar uma hora

DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a Justiça do Trabalho julga a greve dos bancários em Brasília, os trabalhadores fazem hoje um dia de protestos e paralisações no país. A decisão foi aprovada em assembléia pelos bancários de São Paulo e deveria ser votada ainda ontem em assembléias em várias capitais do país.
As agências devem abrir hoje com uma hora de atraso -às 11h. Haverá protestos na Caixa Econômica Federal da avenida Paulista e no Banco do Brasil do centro.
Em campanha salarial, os bancários pedem reajuste de 19% e abono de R$ 1.500. A proposta inicial previa 25% de reajuste e foi alterada na tentativa de buscar um fim para a greve, suspensa na semana passada.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) ofereceu reajuste de 8,5% a 12,77%, dependendo da faixa salarial. A proposta foi rejeitada no dia 14 de setembro, quando a greve foi decretada.
"Infelizmente não chegamos a uma solução. O julgamento é amanhã [hoje] e ninguém quer arriscar. O que vai acontecer é que vamos ter de juntar os cacos, depois da decisão da Justiça, porque um julgamento sempre causa perdas dos dois lados", diz Magnus Apostólico, coordenador de negociações trabalhistas da Fenaban. Na sua avaliação, se a reforma sindical já tivesse ocorrido, um acordo salarial teria sido feito entre empregados e empregadores. "As negociações teriam ocorrido em conjunto entre os bancários ligados à CNB-CUT e os ligados à Contec e não de forma separada como foi. Não teriam recorrido à Justiça. Haveria um esforço maior para negociar."
O secretário de Relações do Trabalho, Osvaldo Bargas, tem a mesma opinião. "Pelas novas regras, haveria prazo de 90 dias, após o fim do acordo coletivo dos bancários para que as partes negociassem. E esse prazo poderia ser renovado por mais 90 dias."
"Hoje os patrões ainda resistem em negociar. Esperamos que no julgamento a Justiça leve isso em conta", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Claudio Marcolino. "A reforma garante aos trabalhadores o direito de negociar."


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