São Paulo, quinta-feira, 21 de outubro de 2004

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Amorim responde às críticas de uruguaio

DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA

Depois de dizer que não lhe competia responder a um presidente estrangeiro, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu, não obstante, as críticas feitas pelo presidente do Uruguai, Jorge Battle, ao veto brasileiro à candidatura do também uruguaio Carlos Pérez del Castillo à direção geral da OMC (Organização Mundial do Comércio).
"O Brasil tem um compromisso forte com o G20. As circunstâncias não permitiam ter como candidato uma pessoa em contraposição a cujas propostas nasceu o G20", afirmou Amorim.
Traduzindo: del Castillo apresentou um relatório sobre a negociação agrícola na OMC considerado próximo demais das posições de Estados Unidos e União Européia, então unidos. Como reação, Brasil e Índia lideraram a criação do G20, um grupo de países em desenvolvimento que luta para a abertura agrícola nos países ricos.
O veto à candidatura del Castillo abriu uma crise entre Brasil e Uruguai, mais uma entre países integrantes do Mercosul, por mais que as duas partes evitem usar a palavra crise.
O próprio Celso Amorim se incumbiu de explicar a del Castillo as razões pelas quais havia lançado uma candidatura alternativa, a do chefe da missão brasileira em Genebra, o embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa.
Fez questão de dizer que tinha "estima" pelo diplomata uruguaio e que tinha "certeza de suas boas intenções", mas acrescentou que as circunstâncias impediam que o Brasil apoiasse a candidatura.
Pelo menos a julgar pela negociação de ontem com a União Européia, a crise Brasil/Uruguai não afetou a posição dos dois países na frente externa. Amorim, aliás, fez questão de dizer, na entrevista coletiva de encerramento do encontro de Lisboa, que "o Mercosul falou com uma única voz, de maneira unida e unívoca".


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