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Amorim responde às
críticas de uruguaio
DO ENVIADO ESPECIAL A LISBOA
Depois de dizer que não lhe
competia responder a um presidente estrangeiro, o ministro das
Relações Exteriores, Celso Amorim, rebateu, não obstante, as críticas feitas pelo presidente do
Uruguai, Jorge Battle, ao veto brasileiro à candidatura do também
uruguaio Carlos Pérez del Castillo
à direção geral da OMC (Organização Mundial do Comércio).
"O Brasil tem um compromisso
forte com o G20. As circunstâncias não permitiam ter como candidato uma pessoa em contraposição a cujas propostas nasceu o
G20", afirmou Amorim.
Traduzindo: del Castillo apresentou um relatório sobre a negociação agrícola na OMC considerado próximo demais das posições de Estados Unidos e União
Européia, então unidos. Como
reação, Brasil e Índia lideraram a
criação do G20, um grupo de países em desenvolvimento que luta
para a abertura agrícola nos países ricos.
O veto à candidatura del Castillo
abriu uma crise entre Brasil e
Uruguai, mais uma entre países
integrantes do Mercosul, por
mais que as duas partes evitem
usar a palavra crise.
O próprio Celso Amorim se incumbiu de explicar a del Castillo
as razões pelas quais havia lançado uma candidatura alternativa, a
do chefe da missão brasileira em
Genebra, o embaixador Luiz Felipe de Seixas Corrêa.
Fez questão de dizer que tinha
"estima" pelo diplomata uruguaio e que tinha "certeza de suas
boas intenções", mas acrescentou
que as circunstâncias impediam
que o Brasil apoiasse a candidatura.
Pelo menos a julgar pela negociação de ontem com a União Européia, a crise Brasil/Uruguai não
afetou a posição dos dois países
na frente externa. Amorim, aliás,
fez questão de dizer, na entrevista
coletiva de encerramento do encontro de Lisboa, que "o Mercosul falou com uma única voz, de
maneira unida e unívoca".
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