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MERCADO TENSO
Bolsa de Taipé cai 6,23% com incertezas políticas e econômicas
Taiwan recua a pior nível desde 96
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Incertezas políticas e econômicas continuam pressionando o
mercado acionário de Taiwan. A
Bolsa de Taipé caiu 6,23% ontem
-fechou em 4.845 pontos, abaixo do nível psicológico de 5.000
pontos- para seu menor nível
desde 13 de março de 1996. Na
ocasião, a China havia lançado
mísseis de teste contra a ilha, que
realizava sua primeira eleição presidencial. O tombo de ontem foi
maior do que os registrados durante a crise asiática, em 1997.
Desde a semana passada, investidores estão preocupados com a
situação do sistema financeiro do
país. A revista "The Economist"
alertou para a grande quantidade
de empréstimos contraídos que
ainda não foram pagos e afirmou
que Taiwan irá liderar uma nova
crise econômica mundial a partir
de janeiro.
Existem, ainda, temores de que
um fundo nacional de estabilização deixe de atuar em defesa do
mercado. Apenas em setembro,
as perdas no mercado financeiro
foram de 27%. Após uma reunião
de emergência com o presidente
Chen Shui-bian, o ministro das
Finanças, Yen Chin-chang, anunciou medidas para tentar reimpulsionar o mercado. Entre elas
estão o aumento do teto para investimentos estrangeiros no mercado acionário local e a ampliação
do limite de investimento em
ações pelos bancos.
O ministro voltou a negar que
há perigo de crise, afirmando que
o desempenho da Bolsa foi prejudicado, ontem, por um fator político. Uma nova reportagem, agora publicada por um jornal de
Hong Kong, afirma que uma
guerra entre Taiwan e China irá
estourar em cinco anos. Segundo
um operador, a tentativa de acalmar os investidores não teve efeito: "O sentimento de desconfiança já tomou conta o mercado".
O presidente também está envolvido em um escândalo -a vice-presidente teria espalhado um
boato de que Chen Shui-bian teria
uma amante.
Japão
O temor de uma crise política
também atingiu o Japão, ontem.
A Bolsa de Tóquio fechou em
queda de 0,60% e o iene recuou a
seu valor mais baixo em relação
ao dólar em três meses e meio.
Quatro partidos de oposição
apresentaram uma moção de censura ao primeiro-ministro, Yoshiro Mori, que foi rejeitada. O episódio enfraqueceu ainda mais
Mori, que já perdeu o apoio até de
parlamentares de seu próprio
partido, o Liberal Democrata.
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