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Investimento direto está em queda
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os investimentos diretos feitos
por estrangeiros no Brasil começam a indicar uma tendência de
queda. Pela segunda vez consecutiva, o resultado do mês ficou
abaixo da média mensal deste
ano, que até setembro era de US$
2,13 bilhões. No mês passado, os
investimentos diretos ficaram em
US$ 1,7 bilhão.
Outubro também foi o segundo
mês consecutivo em que os investimentos estrangeiros não foram
suficientes para cobrir o déficit
em transações correntes do país.
No mês passado, esses investimentos haviam ficado na casa de
US$ 1,7 bilhão, enquanto o déficit
apurado chegou aos US$ 3,48 bilhões.
Para Altamir Lopes, chefe do
Departamento Econômico do
Banco Central, a diminuição do
volume de investimentos estrangeiros é uma consequência da redução do número de empresas
privatizadas neste ano. Grande
parte dos investimentos estrangeiros concretizados no país ao
longo dos últimos anos foi feita
por meio do programa de privatizações.
Para Lopes, o importante é que,
no acumulado deste ano, os investimentos estrangeiros chegam
já a US$ 22,96 bilhões e ainda se
mostram suficientes para cobrir o
déficit em transações correntes,
que até o mês passado era de US$
19,41 bilhões. "Um mês fica acima
(da média). Outro fica abaixo",
afirmou Lopes.
Quando um país apresenta déficit em transações correntes, isso
significa que o volume de dinheiro que foi enviado para o exterior
é maior do que a quantia que ingressa. É necessário que essa diferença seja coberta de alguma maneira. Isso pode ser feito por meio
de empréstimos ou por investimentos diretos.
Os investimentos são considerados pelo mercado como a forma mais segura de financiar esse
déficit. Os empréstimos, por outro lado, são classificados como
um capital muito "volátil", pois,
nos momentos de crise, as principais fontes financiadoras costumam secar.
Além disso, investimentos diretos costumam ter objetivos de
longo prazo e não são muito influenciados pelas crises passageiras. Por outro lado, um grande
volume de investimentos pode se
traduzir, no longo prazo, em
maior quantidade de remessas de
lucros para as matrizes do exterior, o que também pode contribuir para prejudicar as contas externas.
A Espanha é o país que mais investiu no Brasil neste ano. O país
foi responsável por 23,6% do investimento total.
O setor de telecomunicações foi
o que mais mereceu a atenção dos
estrangeiros, recebendo 32,8%
dos investimentos feitos no Brasil
por empresas de outros países.
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