São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2000

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PETRÓLEO
Alta nas refinarias deve ser de 11%; reajuste será anunciado hoje pelo governo e deve valer a partir de sexta-feira
Gasolina deve subir 8% para consumidor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo reajuste dos preços dos combustíveis será anunciado hoje pelo governo. O reajuste médio da gasolina deverá ficar em 8% nas bombas. Isso significa aumento de 11% nas refinarias. O gás de cozinha não deve subir e ainda não está definido o reajuste para o querosene de aviação.
Se o índice se confirmar, a gasolina deverá custar entre R$ 1,56 e R$ 1,60 por litro em postos da cidade de São Paulo (hoje, o preço está em R$ 1,45, em média).
Os distribuidores e revendedores de combustíveis contam com os novos preços já para este fim-de-semana. Tradicionalmente, o governo anuncia o reajuste três dias antes de começar a valer. Se for assim, o novo reajuste deve valer a partir de sexta-feira, ou então no sábado.
"A previsão é que o aumento entrará em vigor no final de semana porque novembro está acabando. O governo diz que este é o melhor momento", declarou o presidente do Sindicato de Postos do Distrito Federal, Carlos Recch.
Na semana passada o governo rejeitou proposta da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes) para que não houvesse reajuste.
Os revendedores propuseram fixar o preço do petróleo produzido pela Petrobras em US$ 21 por barril. A área técnica do governo achou a proposta um retrocesso porque desvincula os preços da Petrobras dos do mercado internacional.
A expectativa de reajuste tem levado as distribuidoras a "segurar" as entregas do combustível. Resultado: postos paulistas têm estoque para três dias de vendas, em média. Normalmente, o volume da revenda dá para até cinco dias.
"Eles estão cortando nossos pedidos. Mas, por enquanto, ainda não há falta de gasolina no mercado", diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro, sindicato que reúne os postos do Estado de São Paulo.
Quem consegue gasolina nos volumes desejados está tendo de pagar mais caro por ela. Proprietário de uma rede de três postos, Leandro Takada diz que pagou ontem R$ 1,34 pelo litro da gasolina comum. Na semana passada, desembolsou R$ 1,31.
Além de os preços da gasolina terem subido antes mesmo do anúncio do reajuste, diz, os prazos de pagamento também diminuíram. Quem tinha uma semana para pagar agora tem três dias.
Fernando Martins, proprietário do Posto de Serviços Paz, informa que conseguiu comprar ontem apenas 30% do volume que costuma adquirir das distribuidoras. "Todos estão querendo tirar proveito do momento", diz.


Colaborou Fátima Fernandes, da Reportagem Local


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