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PETRÓLEO
Alta nas refinarias deve ser de 11%; reajuste será anunciado hoje pelo governo e deve valer a partir de sexta-feira
Gasolina deve subir 8% para consumidor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo reajuste dos preços dos
combustíveis será anunciado hoje
pelo governo. O reajuste médio da
gasolina deverá ficar em 8% nas
bombas. Isso significa aumento
de 11% nas refinarias. O gás de cozinha não deve subir e ainda não
está definido o reajuste para o
querosene de aviação.
Se o índice se confirmar, a gasolina deverá custar entre R$ 1,56 e
R$ 1,60 por litro em postos da cidade de São Paulo (hoje, o preço
está em R$ 1,45, em média).
Os distribuidores e revendedores de combustíveis contam com
os novos preços já para este fim-de-semana. Tradicionalmente, o
governo anuncia o reajuste três
dias antes de começar a valer. Se
for assim, o novo reajuste deve valer a partir de sexta-feira, ou então
no sábado.
"A previsão é que o aumento
entrará em vigor no final de semana porque novembro está acabando. O governo diz que este é o
melhor momento", declarou o
presidente do Sindicato de Postos
do Distrito Federal, Carlos Recch.
Na semana passada o governo
rejeitou proposta da Fecombustíveis (Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis
e Lubrificantes) para que não
houvesse reajuste.
Os revendedores propuseram
fixar o preço do petróleo produzido pela Petrobras em US$ 21 por
barril. A área técnica do governo
achou a proposta um retrocesso
porque desvincula os preços da
Petrobras dos do mercado internacional.
A expectativa de reajuste tem levado as distribuidoras a "segurar"
as entregas do combustível. Resultado: postos paulistas têm estoque para três dias de vendas, em
média. Normalmente, o volume
da revenda dá para até cinco dias.
"Eles estão cortando nossos pedidos. Mas, por enquanto, ainda
não há falta de gasolina no mercado", diz José Alberto Paiva Gouveia, presidente do Sincopetro,
sindicato que reúne os postos do
Estado de São Paulo.
Quem consegue gasolina nos
volumes desejados está tendo de
pagar mais caro por ela. Proprietário de uma rede de três postos,
Leandro Takada diz que pagou
ontem R$ 1,34 pelo litro da gasolina comum. Na semana passada,
desembolsou R$ 1,31.
Além de os preços da gasolina
terem subido antes mesmo do
anúncio do reajuste, diz, os prazos de pagamento também diminuíram. Quem tinha uma semana
para pagar agora tem três dias.
Fernando Martins, proprietário
do Posto de Serviços Paz, informa
que conseguiu comprar ontem
apenas 30% do volume que costuma adquirir das distribuidoras.
"Todos estão querendo tirar proveito do momento", diz.
Colaborou Fátima Fernandes, da Reportagem Local
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