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Governo admite pôr mais álcool na gasolina
Guedes Pinto, ministro da Agricultura, afirma que nova alta do percentual, hoje em 23%, poderá acontecer em janeiro
Mistura em porcentagem maior virá se os estoques de álcool estiverem em níveis confortáveis; para usineiros, índice ideal seria de 25%
DA FOLHA ONLINE
O ministro Luís Carlos Guedes Pinto (Agricultura) afirmou que o governo pode elevar
de novo, a partir de janeiro, o
percentual de álcool anidro
misturado na gasolina.
Ontem entrou em vigor a resolução do Cima (Conselho Interministerial do Açúcar e do
Álcool) que aumentou de 20%
para 23% o percentual de álcool
na gasolina. A medida, anunciada no mês passado, atendeu
apenas em parte o pedido dos
usineiros -eles querem 25%.
Segundo o ministro, a nova
alta do percentual de álcool pode acontecer em janeiro "se os
estoques [de álcool] estiverem
em níveis confortáveis".
O governo elevou a mistura
de álcool porque os estoques do
combustível, que superam 5 bilhões de litros, foram considerados suficientes para suportar
um aumento da demanda de
300 milhões de litros até abril
sem haver pressão sobre os
preços, mesmo na entressafra.
Segundo o Cepea (Centro de
Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq-USP, o
preço do litro do álcool anidro
(adicionado à gasolina) tem oscilado entre R$ 0,85 e R$ 0,89
há mais de dois meses.
O mesmo aconteceu com o
hidratado (usado diretamente
para abastecer os veículos), cujo preço permaneceu entre R$
0,74 e R$ 0,77 no período.
De acordo com o ministro,
esse nível de preços é "razoável" e garante "remuneração
para os produtores sem onerar
demais os consumidores".
Os preços também permaneceram praticamente estáveis
na bomba. O preço médio do álcool no Brasil caiu de R$ 1,506
para R$ 1,494 por litro entre a
semana anterior ao anúncio da
medida e a semana retrasada
-último dado disponível no site da ANP (Agência Nacional
do Petróleo). Mas o preço parou de cair, já que apresentava
tendência de baixa desde que
atingiu R$ 1,619 em agosto.
Segundo o Ministério da
Agricultura, ao final de abril,
com o término da safra 2006/7,
o país deverá ter estocado entre
500 milhões e 600 milhões de
litros, volume considerado
"confortável" para o final da
entressafra.
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