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Cinco grandes bancos terão 86 em cada 100 agências
Eles também responderão por 79% da receita com as tarifas bancárias no país
Crise elevou concentração bancária lá fora; grandes aquisições se concentram nos EUA, onde existem
mais de 8.000 instituições
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com a compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil, os cinco maiores grupos empresariais do setor financeiro vão
responder por 86% das 18,7 mil
agências bancárias em funcionamento no Brasil. Isso significa que, a partir de agora, quase
9 em cada 10 agências serão
mantidas por BB-Nossa Caixa,
Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú-Unibanco ou Santander-Real.
Se não fossem os últimos negócios envolvendo BB, Nossa
Caixa, Unibanco, Itaú, Santander e ABN, essa proporção estaria em 70%.
A estimativa foi feita a partir
de levantamento do BC sobre o
número de agências administradas pelas instituições que
atuam no país.
Os dados se referem ao final
de junho, quando foram fechados os balanços do primeiro semestre, e não consideram a
possibilidade de algumas agências serem fechadas após concluída a fusão entre os bancos.
Os números do primeiro semestre também mostram que
os cinco maiores bancos do país
responderam por 79% da arrecadação de tarifas bancárias
ocorrida no período. Esse valor
é proporcional à concentração
observada nos depósitos bancários, já que 79% dos saldos
mantidos em aplicações como
contas correntes, poupança e
CDBs estão nessas mesmas
cinco instituições.
Para Ione Amorim, economista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), a compra da Nossa Caixa
pelo BB não deve se traduzir
em benefícios ao cliente.
Ela afirma que as filas nas
agências podem crescer com a
fusão dos bancos, já que a tendência é que alguns pontos de
atendimento sejam fechados.
"Pode não ser de imediato, mas
à medida que vai se consolidando [a fusão], a tendência é ocorrer uma redução [no número
de agências]", diz.
A economista ressalta ainda
que os clientes dos dois bancos
devem verificar qual tabela de
tarifas e taxas de juros prevalecerá após a fusão, já que cada
instituição pratica um preço diferente por seus serviços e não
necessariamente as taxas mais
baixas serão aquelas adotadas
pelo novo banco.
Na outra ponta, os bancos argumentam que a concentração
trará benefícios aos clientes.
Na avaliação do vice-presidente-executivo do Itaú, Sérgio
Werlang, bancos fortes podem
ser mais agressivos para atrair e
manter a clientela.
No exterior
No exterior, a crise elevou a
concentração bancária. As
grandes aquisições ficaram
concentradas nos EUA (onde
há mais de 8.000 instituições,
ante cerca de 150 no Brasil),
mas também ocorreram na Europa, como na compra de parte
do belga-holandês Fortis pelo
francês BNP Paribas.
O JPMorgan Chase foi um
dos que mais aproveitaram a
crise para crescer, adquirindo,
em setembro, o Washington
Mutual (que era o sexto) e, em
março, o Bear Stearns.
Já o rival Bank of America
comprou em setembro o Merrill Lynch -dois meses antes, já
havia levado o Countrywide Financial. O Wells Fargo (o quinto maior) adquiriu no mês passado o Wachovia, que era o
quarto em número de ativos.
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