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Teles defendem uso apenas da rede privada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A definição do Plano Nacional de Banda Larga opõe o Ministério das Comunicações e as
teles, de um lado, e, do outro, a
Casa Civil, assessores diretos
do presidente Lula e o Ministério do Planejamento.
O Ministério das Comunicações e as teles propõem um modelo no qual as redes de fibra
ótica do Estado não entram no
mercado para ampliar acesso
ou fomentar competição. A
atual rede privada seria usada e
sua ampliação para regiões não
rentáveis seria bancada por
meio de incentivos fiscais.
A desoneração seria feita
tanto na prestação do serviço
como no fornecimento dos
equipamentos. Para o serviço
em si, o governo deixaria de cobrar o Fistel (Fundo de Fiscalização dos Serviços de Telecomunicações). Para o equipamento (modem), reduziria a
carga tributária, hoje em 76%
do valor do produto.
Subsídios
Além disso, as empresas defendem que, para os grandes
centros, onde existe infraestrutura instalada, haja subsídio
aos mais pobres, nos moldes do
que é feito hoje com a tarifa social de energia elétrica.
Pelos cálculos do ministério,
uma conexão de 256 kbps (quilobits por segundo) poderia
sair por R$ 9,90 por mês.
Nas áreas remotas, onde a
falta da infraestrutura se combina com baixo poder aquisitivo, a solução seria: redução tributária, subsídio e parceria
com o Estado para o uso das redes de fibras óticas públicas.
O Ministério das Comunicações avalia que, se o programa
for depender das fibras óticas
da Eletronet, pode não sair do
papel em 2010. Isso porque a
maior parte das fibras está com
a massa falida da empresa e, na
visão da Justiça, tem de ser usada para pagar aos credores.
Para as empresas de telefonia, a entrada do governo nesse
mercado é ruim. Hoje, os grupos econômicos que atuam na
área de telefonia fixa estão vendo sua receita migrar do serviço
que foi originalmente concedido pelo Estado (voz) para acesso à internet (dados).
Enquanto o número de linhas fixas caiu quase 2% até junho, os acessos à internet em
banda larga subiram quase
17%. Mais competição nesse
mercado diminuiria o ganho
das empresas.
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