DA REPORTAGEM LOCAL

Diante do convite feito pelo futuro presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, os atuais sete diretores da instituição parecem inclinados a permanecer nos seus cargos.
O diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, afirmou ontem que continuará na instituição durante a gestão de Henrique Meirelles.
Ele declarou, durante seminário do BC, realizado ontem em São Paulo, que já iniciou conversas com o futuro presidente do BC e que sua permanência no cargo tem caráter definitivo.
"Não trabalho com a idéia de ser substituído. Se for para ser substituído eu nem começo [no novo governo"", disse Darcy.
De acordo com Darcy, o convite já foi feito a todos os diretores do Banco Central. "Tudo indica que ficaremos por mais tempo à frente do Banco Central."
Nos próximos dias, Meirelles deve se reunir pessoalmente com cada um dos diretores para saber se a proposta de permanência será aceita.

Cautela
Darcy foi cauteloso ao comentar quais diretores vão continuar nos seus postos com o novo governo e quais preferirão se afastar. Disse apenas que alguns diretores que moram "fora de Brasília" manifestaram interesse em retornar às suas cidades.
Na manhã de ontem, durante o mesmo evento, o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Fernando Figueiredo, também confirmou ter recebido o convite para permanecer no BC.
No entanto, ao contrário de Darcy, foi menos enfático a respeito do assunto. "Ele é quem manda. Se ele disser para ficar, eu fico", disse Figueiredo. Ao final do dia, porém, deu uma declaração mais contundente. "Vou ficar. Fui convidado e vou ficar", disse Figueiredo, afirmando que sua permanência no BC será por tempo indeterminado.
A mudança de atitude parece ter sido motivada por uma conversa com o futuro presidente do BC. Figueiredo declarou que se reuniu com Meirelles ontem à tarde.
Sobre o mesmo tema, o diretor de Política Econômica do BC, Ilan Goldfajn, disse que pretende trabalhar para assegurar "uma transição tranquila e sem descontinuidade". Ele não quis comentar se vai continuar à frente da diretoria no próximo governo.
A diretora de Fiscalização do BC, Tereza Grossi, também esteve presente ao seminário mas não deu declarações à imprensa.
Na avaliação de Sérgio Werlang, diretor do Itaú, a decisão de Meirelles de manter a diretoria do banco é "muito positiva", pois mostra o reconhecimento ao trabalho desempenhado pela equipe e por Armínio Fraga.


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