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VAREJO
Volume de consultas deve aumentar 6% neste ano em relação a 2003, mas lojas não repetem o desempenho de 1997
Venda de Natal cresce, mas não bate recorde
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelos dados já publicados até o
momento já é possível afirmar
que o aguardado Natal de 2004 está longe de "bater" o resultado de
1997 e, com isso, se tornar o melhor período para o varejo desde o
início do Plano Real.
Embalados pela retomada, líderes do varejo haviam lançado
campanhas de mídia que torciam
por volumes recordes. Mas devem se decepcionar.
O período deve ter um desempenho, em volume de operações
de venda (a prazo e à vista), superior ao de 2003. Também poderá
ter resultado melhor do que o de
2000, segundo vários indicadores
apresentados ontem.
Ao se analisarem os números da
Serasa (Centralização de Serviços
Bancários), as vendas do comércio no Brasil no último final de semana -que é o anterior ao Natal- registraram um crescimento de 5,7% nas vendas à vista e de
5,4% nas operações a prazo, em
relação ao mesmo período do ano
passado.
Com isso, calcula-se que as vendas totais subiram 5,6% na mesma base de comparação.
Ao olhar um pouco para trás, as
vendas gerais em 2003 subiram
até bem mais do que isso: 13,2%
também no terceiro final de semana de dezembro em relação ao
mesmo período de 2002, segundo
pesquisa da Serasa.
Porém, o aumento de 2004
(5,6%) acontece em cima de uma
taxa já elevada em 2003 (13,2%).
Explica-se: a grosso modo, se
em 2002 o varejo registrou 100
operações de venda totais (parcelada e à vista), então, em 2003, ele
verificou 113 e, em 2004, 119.
Ou seja, é expansão em cima de
expansão. É a taxa, em termos absolutos, que é menor.
"Houve crescimento na atividade econômica e nos níveis de confiança do consumidor. A taxa não
atinge os dois dígitos por conta de
impedimentos relativos a melhoria na renda, que ainda patina",
diz Marcos Abreu, gerente de
análise setorial da Serasa.
Na avaliação da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), nos
primeiros 15 dias do ano as vendas totais em São Paulo (a prazo e
à vista) cresceram 6,1% e devem
se manter nesse patamar de 6%
até a chegada do Natal. Com isso,
a expansão será próxima à verificada em 2003, quando as vendas
do comércio cresceram 6% em
dezembro.
Com isso, é possível afirmar que
o comércio paulistano deve registrar uma alta de um dígito em cima de outra taxa já elevada no
ano passado.
No entanto, segundo dados já
divulgados, o melhor resultado
para o comércio em sua história
foi obtido nos anos seguintes ao
Plano Real. Em 1997, por exemplo, as vendas totais (parceladas e
à vista) cresceram 32,8%. Essa elevação aconteceu em relação a
1996, quando a expansão já havia
sido de 15,8%.
Para chegar a essas conclusões,
a ACSP e a Serasa recebem de seus
associados dados sobre volume
de vendas. Toda vez que um comerciante quer saber se aquela
operação pode ser liberada, ele faz
uma consulta às entidades para
evitar risco de inadimplência. Cada vez que a consulta é feita, ela
"cai" no banco de dados das instituições. A ACSP reúne dados da
capital paulista, e a Serasa, do território nacional.
Economistas alertam que, como
as entidades somam resultados só
de operações de vendas, pode ser
que o varejo tenha um volume
maior de consultas, mas tenha faturado menos. Isso se, em cada
operação, o cliente gastou pouco.
Ou menos do que em outros anos.
Mas as entidades ainda não têm
dados finalizados sobre isso.
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