São Paulo, domingo, 21 de dezembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Um terço das empresas prevê não atingir meta, diz pesquisa

Quase um terço das empresas de todo o mundo espera que seus resultados fiquem abaixo das metas estabelecidas para este ano, aponta pesquisa do Hay Group feita em novembro com 2.589 companhias de 91 países. Em levantamento semelhante realizado em março, apenas 12% das empresas tinham a perspectiva de não alcançar as metas pré-definidas.
No Brasil, a expectativa é que 27% das empresas não atinjam a meta, segundo a pesquisa. "Para o Brasil, que vinha com um ritmo forte de crescimento, um terço das empresas não atingirem suas metas é um número muito alto", afirma o diretor do Hay Group no Brasil, Cláudio Costa.
Cerca de 63% dos entrevistados disseram esperar resultados piores com a redução dos gastos dos consumidores e com o crédito mais escasso.
Para Costa, os setores que sentirão mais o impacto da crise econômica internacional nos seus resultados serão justamente os que têm maior dependência de crédito, como o varejo, os exportadores de commodities e o automotivo.
Com o resultado abaixo das expectativas, as empresas já dão sinais de que vão fazer cortes nos gastos com recursos humanos, aponta o levantamento. Para o próximo ano, 43% das empresas ouvidas no mundo todo disseram que devem realizar mudanças em seus programas de ajustes salariais. Outras 29% estão estudando essa possibilidade.
As empresas também manifestaram a intenção de congelar as contratações, reduzir aumentos salariais e cortar gastos com hora extra e com terceirização de serviços.
Para Costa, essa contenção de gastos com recursos humanos se refletirá em um aumento do desemprego em todo o mundo no ano que vem. "De cada dez empresas que entram em contato comigo no Brasil, quatro estão cortando pela metade a previsão de aumentos salariais, duas vão dar aumento zero, e apenas quatro estão mantendo os planos de reajustes", afirma.

ÂNCORA

IRB-BRASIL RENOVA RESSEGURO DE 54 NAVIOS DA FROTA DA PETROBRAS
O IRB-Brasil renovou o resseguro de 54 navios da Petrobras. O seguro foi feito pela SulAmérica. O contrato Marine prevê resseguro da apólice de construção de dez navios do tipo Suezmax, da Transpetro, emitida pela Tokio Marine Seguradora. O estaleiro Atlântico Sul será responsável pela construção dos navios. O valor segurado é de R$ 2,6 bilhões.

BÚLGARA
Comenta-se no mercado que Benjamin Steinbruch (CSN) está negociando o arrendamento da Kremikovtz, a maior siderúrgica da Bulgária, que está em processo de falência. A dívida da gigante chega a R$ 3 bilhões. Steinbruch está tentando arrendar a siderúrgica por um prazo superior a 50 anos. A CSN não comenta o tema.

NA ONDA
A Mercosul Line, empresa do grupo controlador dinamarquês A. P. Moller - Maersk, anuncia a aquisição de dois novos navios que serão importados para o Brasil. O início da operação está previsto para janeiro e fevereiro de 2009 nos portos de Santos, Paranaguá, Suape, Manaus, entre outros. A nova frota é considerada uma das maiores na cabotagem brasileira.

A FILA ANDA

A crise reduziu o tempo de espera para comprar um caminhão no Brasil. Segundo Cláudio Zattar, diretor-superintendente da Vocal, a maior concessionária de caminhões Volvo da América Latina, a fila para comprar um caminhão chegava a sete meses antes da crise. Agora, ela caiu para um mês. Mesmo com a demanda menor, Zattar afirma que o setor de caminhões não foi tão afetado pela crise quanto o de carros. "A venda de caminhões não tem tanto a ver com crédito e renda quanto a de carros. Nossos clientes são grandes frotistas, demandados pela indústria." Com a queda na produção industrial, o setor espera crescer menos em 2009 que os 36% registrados neste ano. Mesmo assim, Zattar mantém os planos e estendeu neste ano o programa de participação nos lucros a todos os funcionários.

LINK
A Media Factory, empresa de marketing digital da Ideaisnet, fecha o segundo semestre do ano com um crescimento de 110% nas contas de links patrocinados -uma alta de 77% no faturamento. A empresa atribui o crescimento, em parte, à crise. O motivo é que os links patrocinados são mais baratos que outros produtos. Além disso, é possível mensurar o retorno sobre o investimento.

IMPOSTO
O hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, pretende captar R$ 12 milhões por meio da renúncia fiscal para a compra de equipamentos para seu centro cirúrgico e de imagem. A instituição conta com doações de pessoas físicas, que podem destinar até 6% do seu Imposto de Renda, e jurídicas tributadas, que podem doar até 1% do total do imposto a pagar até o dia 30 de dezembro. Em dois anos, o hospital já arrecadou R$ 8 milhões com destinação de IR.

APÊ
Apartamentos de dois e três dormitórios aparecem como os preferidos do público em tempo de crise. Para o empresário Maurício Eugenio, moradias com esse formato deverão ser destaque no mercado imobiliário em 2009. A Elite Brasil negociou na noite do lançamento, no dia 18, mais de 50% do total de 192 unidades do empreendimento Móbile Vida e Lazer, no Tatuapé, em SP.

CORRERIA
O site www.extra.com.br espera dobrar as vendas da próxima semana em comparação com o mesmo período do ano passado. As apostas estão nas TVs de LCD, games, informática, eletrodomésticos e celulares. A rede reduziu preços, flexibilizou os meios de pagamento e ofereceu frete grátis para diversas regiões do país. Nas compras realizadas até meia-noite do dia 23, o produto será entregue no dia 24, até as 18h, na Grande São Paulo.

CROISSANT E ACARAJÉ
Estudando com o renomado chef italiano Livio Fancelli, em 2005, o baiano Ricardo Marcondes Ferraz era constantemente bombardeado por perguntas sobre a cultura do Brasil. Tal interesse se transformou em paixão e vai se materializar no projeto "Il Circo del Gusto", espaço gastronômico cuja primeira unidade no país deve ser inaugurada em Salvador no próximo ano. A matriz, localizada em Santa Maria degli Angeli, ao sul de Assis, reúne pizzaria, enoteca e restaurante japonês. Seduzidos, empresários brasileiros já oferecem parceria a Fancelli e Ferraz, o que está agilizando os planos de abrir restaurantes também em São Paulo e Brasília. O investimento total deve ficar em 2 milhões.


com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e DENYSE GODOY


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