|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Expectativa de vendas menores faz comércio diminuir pedidos à indústria
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Por conta da expectativa de
queda nas vendas, os pedidos
do varejo para a indústria já começaram a diminuir e devem
passar por desaceleração maior
no primeiro trimestre do ano
que vem.
As consultas ao SPC -indicador de vendas a prazo- vêm
apresentando crescimento de
cerca de 1% neste mês. Em outubro, início da perda de ritmo,
o número de consultas teve expansão de 4,5% sobre o mesmo
mês de 2007, segundo o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) Marcel
Solimeo. No período entre janeiro e setembro, o crescimento havia sido de 8% na mesma
comparação.
"As nossas encomendas para
a indústria no primeiro trimestre dependem do movimento
das vendas em dezembro, que
já estão abaixo de nossas expectativas", diz Solimeo.
O setor de eletroeletrônicos
prevê crescimento de 7% em
2009, contra 11% neste ano, o
que levará a uma redução no nível de atividade, com o adiamento da ampliação de negócios e da implementação de terceiro turno nas fábricas.
De acordo com o presidente
da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Humberto Barbato, os
fabricantes já sentiram redução no nível de pedidos, especialmente nos segmentos de
eletroeletrônicos, eletroportáteis e linha branca -como geladeiras, fogões e lavadoras.
"Temos a perspectiva de um
primeiro trimestre mais difícil,
com menos encomendas. O
crescimento de 7% que esperamos para o próximo ano, na
verdade, deve ser puxado pelo
desempenho do setor só a partir do segundo trimestre", afirma Barbato. Segundo ele, o segmento de computadores será
um dos carros-chefe da indústria de eletroeletrônicos, com
aumento de 20% nas vendas no
próximo ano.
Pessimismo
A indústria está mais pessimista. O Sensor Fiesp -que indica as previsões dos industriais paulistas- teve recuo de
42,5 pontos em novembro para
34,2 pontos na primeira quinzena deste mês. A pontuação do
Sensor varia em uma escala de
zero a cem, sendo que abaixo de
50 as expectativas são consideradas negativas.
"A indústria já está toda estocada. Há muitas interrogações
sobre como estará o crédito e a
demanda no ano que vem. E,
obviamente, é isso que calibra a
produção industrial", diz André Rebelo, gerente do departamento de economia da Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo). Para ele,
o setor de bens duráveis, mais
dependente de crédito, sofrerá
impacto maior.
Para Solimeo, da ACSP, como os estoques no varejo estão
"acima do desejado", a reposição será mais lenta. "Certamente, nossos pedidos vão diminuir bastante."
(PAULO DE ARAUJO)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Tiros no Natal de 1929 Índice
|