São Paulo, segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

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Autopeças não acompanham ciclo de recuperação em 2010

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na contramão das montadoras, a indústria de autopeças passa por um processo de desinvestimento que continuará ao longo de 2010.
Neste ano, até novembro, a indústria investiu cerca de US$ 900 milhões, quase metade do valor aplicado no ano passado (US$ 1,6 bilhão), de acordo com o Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores). A previsão para 2010 é que o valor se reduza ainda mais.
A principal razão é a perda da rentabilidade das empresas, ocasionada pela valorização do câmbio, que provoca maior presença de produtos importados e obriga as fabricantes nacionais a reduzirem suas margens para manter o volume de vendas, diz o presidente do Sindipeças, Paulo Butori.
"Para fazer investimento, tem que ter rentabilidade, e está muito difícil ganhar dinheiro com as montadoras, que são nossos principais clientes", diz.
De acordo com ele, no quadro atual as fabricantes se sentem coagidas pelas montadoras a reduzir os preços para não ver um esvaziamento em suas carteiras de pedidos.
"Em vez do clima de euforia por conta do aumento da produção de carros, estamos vivendo um clima de preocupação. A nossa margem caiu cerca de 30% neste ano", afirma o presidente do Sindipeças.
Butori diz que, além do câmbio valorizado, há o problema adicional da redução de 40% da TEC (Tarifa Externa Comum) do Mercosul para autopeças, o que facilita a entrada de produtos de fora do bloco. Assim, cresce a participação de importados da Ásia no mercado de autopeças. "Com isso, geramos emprego fora do país."
Como resultado, Butori afirma que já há empresas deixando o mercado. O Sindipeças acionou o governo para tentar uma solução, mas não teve resposta "efetiva" até agora.
"Lá fora, a produção de carros caiu drasticamente, então há uma sobra de peças que buscam mercado nos países em que a produção cresce", afirma Butori. (PA)


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