|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Investigação é
discutida por
ministro e PF
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, confirmou ontem que a Polícia Federal vai abrir
um inquérito para investigar a
conduta da Parmalat no Brasil,
conforme a Folha antecipou. O
ministro reuniu-se ontem com o
diretor-geral da PF, Paulo Lacerda, para discutir o assunto.
Lacerda passou o dia de ontem
analisando as informações disponíveis sobre a Parmalat. Já tinha
em mente um nome para presidir
o inquérito, mas ainda avaliava
qual a melhor sede para conduzir
formalmente a investigação, pois
o grupo mantém negócios em diferentes Estados do país.
O presidente da Câmara dos
Deputados, João Paulo Cunha
(PT-SP), anunciou também ontem a criação imediata de uma comissão especial para acompanhar
os desdobramentos da crise envolvendo a Parmalat. A comissão,
formada por 21 integrantes indicados pelas bancadas de acordo
com o critério de proporcionalidade na Casa, será instalada na
manhã de hoje.
No domingo, a Folha divulgou
que a Parmalat enviou R$ 583,3
milhões, no período de 1996 a
2002, para a empresa coligada
Wishaw, com sede no Uruguai. A
movimentação foi identificada
pela CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito) do Banestado.
Para avaliar as descobertas da
CPI, o ministro vai se reunir hoje
com o deputado José Mentor (PT-SP), relator da comissão.
Segundo o ministro, a Receita
Federal já realizou ações para mapear a movimentação financeira
da empresa, mas ainda não há detalhes disponíveis sobre as operações. Bastos disse que o inquérito
será aberto nos próximos dias.
Além da atuação da PF e da Receita Federal, o Banco Central
também vai rastrear as remessas
da Parmalat para o exterior. O Ministério Público Federal também
vai acompanhar as investigações
para verificar se ocorreu crime tributário e contra o sistema financeiro no caso Parmalat.
Recurso
A Parmalat alimentos teve negado ontem recurso impetrado contra a medida cautelar concedida
pelo juiz da 42ª Vara Cível ao banco Sumitomo Mitsui Brasileiro. A
decisão foi tomada pelo juiz Luiz
Burza Neto, do 1º tribunal de alçada de São Paulo.
O advogado da Parmalat, Thomas Felsberg, entrou com agravo
regimental para tentar reverter a
decisão do juiz.
A medida cautelar foi obtida na
sexta-feira pelo escritório de advocacia Pinheiro Neto e impede
que a Parmalat venda ativos no
país e mande dinheiro para a matriz e suas coligadas. Também determina que a gestão da empresa
seja fiscalizada por um colegiado
nomeado pelo juiz.
Texto Anterior: Leite derramado: Parmalat fez labirinto societário no Brasil Próximo Texto: Parmalat dá fábrica como garantia a banco Índice
|