São Paulo, quinta-feira, 22 de janeiro de 2004

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VÔO DA ÁGUIA

Para Snow, número deve ser revisado para cima

Secretário do Tesouro americano questiona dados sobre emprego

DA REDAÇÃO

O secretário do Tesouro norte-americano, John Snow, afirmou ontem que os dados sobre a criação de empregos podem ter sido subestimados e colocou em dúvida a precisão dos números. Ainda segundo o secretário, o atual elevado déficit público dos EUA é transitório e deverá diminuir.
No mês passado, o Departamento do Trabalho dos EUA informou que a economia do país criou apenas mil novas vagas. O número ficou bem abaixo das estimativas e frustrou analistas e membros do governo.
"Há uma grande margem de erro nesses números", disse Snow em uma entrevista à rádio WDAY, de Dakota do Norte. "Acho que os números podem ter sido subestimados e haverá uma revisão. Há questões sobre a precisão dessas estatísticas."
Para analistas do mercado, Snow pode ter recebido alguma dica do Departamento do Trabalho sobre uma possível revisão.
Uma reportagem publicada ontem pelo jornal "The New York Times" faz uma análise da atual expansão econômica dos EUA, chamada de "jobless recovery", ou seja, recuperação econômica sem criação de emprego. Segundo o texto, realmente, às vezes, os números não refletem o verdadeiro ritmo de contratações.
Segundo o jornal, na retomada econômica dos anos 90 os primeiros dados divulgados também foram fracos. Mas revisões revelaram números bem maiores.
Para economistas, isso pode ocorrer porque, muitas vezes, novos negócios pode estar sendo abertos, mas ainda não aparecem nas estatísticas oficiais.
Ainda assim, a pesquisa feita com as empresas é tida como bem mais precisa do que a taxa de desemprego, feita a partir de entrevistas com trabalhadores. A taxa de desemprego caiu de 5,9%, em novembro, para 5,7%.
Em outra entrevista, dessa vez à rádio WBAP, de Dallas, o secretário relativizou o déficit público.
"Traremos o déficit para baixo, para níveis baixos em termos históricos, em torno de 2% do PIB", afirmou. "Déficits preocupam quando são duradouros, grandes e crescentes. Esse é um déficit transitório, que cairá à metade."


Com agências internacionais


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